Consequências

Promotor pedirá proibição da venda de cerveja e punição para as organizadas

Confusões no clássico entre Cruzeiro e Atlético fazem Ministério Público e Polícia Militar tomarem providências

Por Fernando Martins Y Miguel
Publicado em 11 de novembro de 2019 | 12:09
 
 

O Ministério Público e a Polícia Militar de Minas Gerais fazem o levantamento de todos os problemas e confusões que aconteceram antes e após o clássico entre Cruzeiro e Atlético, no último domingo. E o órgão sinaliza para, além das punições, solicitar a proibição da venda de bebidas alcóolicas nos estádios de Minas Gerais.

Tudo porque, segundo o promotor Paulo de Tarso, as imagens das confusões pós-clássico mostram torcedores visivelmente alterados.

"Vimos torcedor com garrafa na mão. Torcedores alterados por conta da bebida. Está provado que a bebida potencializa a violência. O torcedor se transforma no estádio. Por isso, o MP vai seguir na luta pela proibição de venda de bebida alcóolica nos estádios de Minas Gerais", disse o promotor.

Imbróglio

O consumo de bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência é proibido pelo Estatuto do Torcedor (Lei Federal 10.671/2003) desde 2010.

Contudo, a Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012), sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, liberou o consumo nos estádios do país durantes as Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014).

Posteriormente, parlamentares de diferentes Estados da federação, como Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro resolveram discutir e estabelecer leis próprias que liberaram a venda e o consumo de bebida nas arenas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) move uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) que contesta as leis estaduais, entre elas, a de Minas Gerais.

Punições

O MP também irá pedir punição para os envolvidos em confusões no clássico. Juntamente com a Polícia Militar, o Ministério Público analisa os relatórios, além das imagens e identificação dos autores das cenas de selvageria para punir os culpados.

"Podem ter certeza que alguma coisa será feita. Vimos vandalismo, briga entre torcidas organizadas, torcedores comuns, garrafa na mão de torcedores, brigas dentro do estádio, fora, apreensão de material que causa dano à integridade física. Vamos pedir punição para esses autores. Identificar e punir", afirmou o promotor Paulo de Tarso.