A ponta Deja McClendon, do Itambé Minas, rodou o mundo de forma suficiente para ter a certeza de que o ódio está em todo lugar. Depois de sofrer com injúria racial durante jogo do seu time há poucas semanas, durante transmissão online, a jogadora norte-americana vai contar com ajuda do clube da Rua da Bahia para buscar a devida punição ao agressor.
"Já dei entrada no processo criminal e fiquei feliz com a presença do clube e das jogadoras do Minas e de outros clubes. Muita gente me deu muito apoio. Sei que este tipo de coisa acontece em muitos lugares, seja pela cor da pele, preferência sexual ou qualquer outro motivo. É um problema sério. Sou do tipo de pessoa que prefere não ignorar quando isso acontece, não quero que isso se repita", conta.
Procurada pela reportagem, a diretoria do clube confirmou a informação e garantiu estar à disposição da atleta. "Mesmo não sendo algo presencial, é um tipo de discurso que não cabe mais. A sociedade atual não aceita mais uma situação como essa. A queixa crime já foi aberta e agora cabe às autoridades tomarem as medidas cabíveis. Nosso advogado vai acompanhar o caso de perto", afirma Keyla Monademi, diretora do time feminino de vôlei.
Careca com muito orgulho
Assim que foi apresentada, Deja chamou atenção pelo estilo. Careca, ela tomou a decisão após sofrer com uma situação na última temporada, quando estava na Itália. "Eu tenho alopecia areata, uma doença que faz com que o cabelo caia continuamente. Ele chegou a cair e cresceu de novo. Eu usava um medicamento para controlar a situação, mas a demora para conseguir a autorização motivou essa minha decisão. A indefinição gerou muito estresse, não queria mais conviver com aquilo. Resolvi raspar e me senti muito bem! É o meu novo estilo, adorei e agora tudo é mais fácil. Consigo focar no vôlei e quando acordo, estou pronta para sair", descontrai.
A comparação com muitas mulheres que têm grande apreço pelo cabelo foi inevitável. Mesmo sabendo desta realidade, Deja dá uma dica que pode ser valiosa. "O importante é ter confiança em si mesma. Eu me amo do jeito que sou, ninguém pode me dizer o que fazer e como devo me comportar. Estou adorando a novidade, não é um problema, muito pelo contrário. Muitas meninas podem ter a certeza de que você pode e deve sorrir e ser linda, mesmo careca", indica.