O potencial que um único jogador possui para fazer a diferença em um jogo de vôlei é multiplicado por dois quando um parceiro de alto nível aparece ao seu lado. O desempenho do oposto Leandro Vissotto, do Fiat Gerdau Minas, parece crescer e atingir novo patamar sendo municiado pelo levantador William Arjona.
Os dois são a principal arma do Fiat Gerdau Minas na final da Superliga masculina de vôlei, que chega ao terceiro e último confronto neste domingo, às 10h10, no ginásio Sabiazinho, em Uberlândia, com transmissão da Rede Globo, do Sportv2 e do Canal Vôlei Brasil.
Vissotto, aos 39 anos, se reinventou a partir da última temporada jogando ao lado do levantador argentino Demián Gonzalez. A dupla criou jogadas de muita velocidade para driblar os bloqueios adversários, antes acostumados a marcar o atacante em levantamentos de bola alta. Foi com este mesmo artifício que Vissotto atingiu seu melhor nível de jogo ao lado de William, não à toa apelidado de 'El Mago' e considerado um dos melhores do mundo na sua posição.
Com tamanha precisão ao seu dispor, Vissotto teve o caminho aberto para corresponder, usando bem seus 2,12m para virar um tormento para a defesa do Sada Cruzeiro. No jogo 1 da final, ele entrou durante as inversões, com sua presença na partida seguinte se dando desde o começo e terminando como grande nome do confronto. Vissotto ganhou o troféu Viva Vôlei e terminou o jogo como maior pontuador, anotando 31 bolas.
"Nós temos a vantagem de ter ele no time. O Sanchez veio jogando muito bem em toda a fase playoffs, e a gente tentou recuperar o Leandro o máximo possível para que ele pudesse estar pronto em algum momento. Neste jogo 2, precisamos dele e ele arrebentou, é um cara que ainda se diverte dentro de quadra, e é muito gostoso jogar do lado dele. Ele passa uma tranquilidade enorme para mim. Ele merecia um jogo desse depois de tudo que passou com a lesão", comenta William, que também recebeu elogios do oposto.
"Ele é um fenômeno, não é por acaso que tem 11 finais seguidas de Superliga, faz coisas que ninguém faz. Sou grato por estar com ele, que me ajuda muito a ter esta boa performance através das bolas rápida. Isso pode pode acontecer com alguém como ele, é preciso um jogador diferenciado para a bola estar sempre no mesmo lugar", detalha.
Recuperado
Vissotto fez, no último domingo, sua primeira partida como titular depois de quase dois meses. Ele ficou afastado do time com uma lesão no ombro, precisando retornar ao elenco de forma gradativa. Depois de participações em inversões, ele entrou jogando no segundo confronto da final para fazer a diferença, com sua presença acontecendo no momento certo e planejado, com aval da parte médica do clube.
"O Vissoto estava de 90 a 95% de sua recuperação. Sabíamos que este poderia ser o último jogo. O Vaz, nosso médico, fez uma ressonância que nos deu uma segurança maior para lançarmos o atleta durante a semana nos treinamentos. Isso sempre assistido de perto pelo nosso fisioterapeuta, o Galdino. Ele se preparou para jogar e teve uma performance que nos ajudou muito pra sairmos com a vitória. E mais: sem sentir a lesão", comemora Nery Tambeiro.