Reserva de Cachopa

Levantador do Sada Cruzeiro, Rhendrick lembra decisão de jogar tudo pro alto

Hoje efetivado, jogador teve frustração com corte da seleção de base e contou com clube permitindo reapresentação após data combinada

Daniel Ottoni| @dottoni
08/06/20 - 15h00

Olhando pra trás, o levantador Rhendrick, que será o reserva imediato de Fernando Cachopa no Sada Cruzeiro, pode ver o que não teria conquistado se tivesse tomado a decisão de deixar o vôlei na temporada 2017/2018. Pela primeira vez na carreira, ele ganha o posto de segundo levantador no time do técnico Marcelo Mendez, sendo recompensado pelo que construiu no últimos anos.

Na última temporada, Rhendrick foi titular do América Vôlei na Superliga após dois anos seguidos disputando a Superliga B. Estar em quadra por muito tempo nos últimos anos, especialmente na elite, deu ao jogador mais maturidade para encarar as adversidades de dentro e fora da quadra. "Fui cortado duas semanas antes do Mundial juvenil de 2017, ali pensei em abandonar o vôlei. Foi algo que aconteceu muito rápido, eu queria ficar com meus pais, nem pensava em estudar ou outra coisa. Queria apenas curtir a família, descansar um pouco. Estava muito desanimado, mas o Sada abriu as portas pra mim, lutou ao meu lado e me aceitou pra ser o terceiro levantador depois que eu não me reapresentei na data combinada. Minha família foi bem importante nesta hora. No começo, foi difícil assimilar toda aquela frustração, mas foi um ano de amadurecimento e sou grato ao clube pelo que fez por mim. Não consigo imaginar como seria minha vida se tivesse tomado aquela decisão de desistir", revela. 

Foi nesta temporada que o Cruzeiro teve as presenças de Uriarte e Cachopa como os dois principais levantadores, com Rhendrick de backup caso fosse necessário. "Mesmo de fora, consegui crescer bastante, estava no dia-a-dia com eles nos treinos. As chances de jogar como titular foram bem importantes, cresci na parte mental, técnica e física, sentindo as dores e frustrações que só acontecem com quem está ali dentro. Estive com referências da posição e pude aprender muita coisa desde 2017, como passar calma e tranquilidade para o time", relata. 

Antes de jogar no América, Rhendrick defendeu o Juiz de Fora, além do Lavras, equipes que tinham parceria com o Sada Cruzeiro. "Todas estas temporadas me fizeram estar no nível de hoje. Se não fosse por isso, não receberia esta mais nova oportunidade", salienta. 

Antes colega, hoje amigo

Na sua primeira convocação para seleção de base em 2014, Rhendrick teve Cachopa por perto no CT de Saquarema, quando recebia brincadeiras de muitos jogadores. "O pessoal dizia que a gente era irmão. No começo, éramos colegas, a relação se transformou em amizade. Na temporada 2017/2018, a gente já conversava muito, hoje ele se tornou uma referência no país. Vou aprender ainda mais com ele como sempre aconteceu, espero ajudar ao máximo, vou trabalhar muito pra isso", garante. 
 

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