Islândia

Descubra Akureyri, a cidade de lugares que lembram outro planeta

No roteiro, as pseudocrateras de Skútustaõir, os campos de Hverir, a espetacular cachoeira Godafoss e as formações de Dimmuborgir e sua ligação com os elfos

Por Paulo Campos
Publicado em 10 de novembro de 2018 | 04:00
 
 
Panorâmica de Akureyri Visit Iceland/Divulgação

De Reykjavík a Akureyri, a segunda maior cidade da Islândia, são mais de quatro horas de viagem, mas as paisagens que se descortinam no caminho compensam dispensar um voo da Iceland Air e seguir a jornada de carro. Explico: a Islândia ao norte tem um litoral recortado por ilhotas, platôs e charmosos vilarejos à beira-mar, como o de Borgarnes.

Até a cidade de 2.000 habitantes, localizada na península próxima ao fiorde Borgarfjörõur, atravessa-se uma maravilha da engenharia, o túnel de 5.770 m Hvalfjörður (fiorde da Baleia), que mergulha 165 m abaixo do nível do mar para encurtar a viagem em uma hora.

Akureyri é passagem obrigatória para os turistas conhecerem o lago Myvatn (lago Mosquito). O nome não é à toa – uma nuvem de moscas anãs se mostram dispostas a entrar em qualquer buraco do corpo (nariz, orelhas, e boca), a ponto de ser necessário usar mosqueteiras.

Em Myvatn, o turista pode explorar sete atrações que, embora distem uma da outra não poderiam ser mais diferentes. Os lugares dão a impressão de você estar em outro planeta.

Ainda com os mosquitos, no encalço, pode-se adentrar nas cavernas inundadas pela água aquecida de Grjótagjá, subir até o topo do vulcão Hverfjall, andar pelos campos geotérmicos Namafjall, contemplar a espetacular cachoeira Godafoss, admirar as formações de Dimmuborgir e terminar o dia nos Banhos Termais de Myvtan, a “Lagoa Azul do Norte”.

Um bom início são as pseudocrateras de Skútustadir, à beira do lago Myvatn, que surgiram da lava líquida que fluiu do vulcão Hverfjall para o lago. São cinco, uma perto da outra, que podem ser percorridas como em um circuito.

 

Dimmuborgir, a terra de elfos, uma crença local

No retorno a Akureyri, passamos por Dimmuborgir, campo de lava com formações de pedras com diferentes tamanhos e formatos. Acredita-se que seus pilares e estruturas foram formados há 2.000 anos, quando a lava do vulcão Hverfell se acumulou no campo anterior e petrificou, formando cavernas, castelos e rochas perfuradas por aberturas naturais.

Percorrer Dimmuborgir requer tempo e imaginação. O lugar seria o mais próximo que um visitante chegaria das lendas islandesas de elfos, gnomos e trolls. A área é cheia de misticismo. Acredita-se que no verão é difícil ver essas criaturas, mas no inverno elas apareceriam com mais frequência.

A presença de elfos se faz tão presente na vida dos islandeses que estradas chegam a ser projetadas no sentido de respeitar o espaço onde, supostamente, vive um elfo e pescadores se recusaram a ir para o mar por causa de suas advertências. O turismo também aposta na crença nos elfos para atrair visitantes para a ilha.

 

Akureyri

Os destaques. Em Akureyri, os atrativos são poucos. Com 18 mil habitantes, a capital do norte é uma cidade singela, na extremidade do fiorde Eyjafjördure e cercada por montanhas cobertas de neve. Recomenda-se caminhar pelo centrinho simpático subir as escadarias da igreja e visitar o belíssimo jardim botânico, local predileto da cantora Björk. Agências oferecem observação de baleias ao preço de US$ 100. No inverno, caçadores de aurora boreal fazem excursões de 50 minutos em ônibus aquecidos ao custo de US$ 70 por pessoa.

 

Godafoss

A cachoeira azulada

Para chegar a Godafoss, percorre-se uma trilha não muito longa. A cachoeira, com 12 m de altura, é de uma beleza impressionante. Godafoss, ou “Cascata dos Deuses”, está relacionada a um evento da história islandesa, a conversão para o cristianismo. Na cascata, foram jogados estátuas e artefatos pagãos.

 

Namafjall

Campos de enxofre

A caminho de Godafoss, você vai passar por um lugar “fora desse planeta” conhecido como os campos geotérmicos Namafjall. Para poupar o grupo, nossa guia, Érica Carneiro, preferiu não parar no atrativo. De longe, fumarolas e campos de lama com cristais de enxofre de cores diferentes denunciam aberturas na terra que cheiram a ovo podre, mas que na verdade é enxofre exalando do solo.

 

Cavalo islandês

Fazenda oferece cavalgada

Em direção à vila de Blönduós, caminhos levaram nosso grupo à fazenda Gauksmýri para um Horse Riding Tours. A fazenda cria o cavalo irlandês, pura raça conhecido como pônei. Participamos de uma apresentação que ensina os andamentos básicos – passo, trote, canter e galope. A partir de 7.900 ISK (R$ 244,85) por pessoa. gauksmyri.com.