Depois de bem acomodado e de uma agradável noite de sono, é hora preparar as lentes da câmera para captar toda a beleza do destino. Em Ushuaia, em qualquer lugar que você aponte a câmera terá uma pintura. Seria um prato cheio para Claude Monet. A guia Noelia Quiroga (Noe), do receptivo Tierra del Fuego Aventura, explica que, desde 1972, com mudança de muita gente para lá, a cidade cresceu de maneira desordenada para as montanhas.
São cerca de 70 mil habitantes às margens do canal Beagle, nome originário do navio HMS Beagle, que mapeou a região levando a bordo vários exploradores e cientistas, entre eles o naturalista Charles Darwin, autor de “A Origem das Espécies”.
Noe leva nosso grupo ao atrativo mais popular de Ushuaia, o típico programa para fisgar o turista: o Trem do Fim do Mundo. Na antiga estação que conduziu os prisioneiros entre 1920 e 1947 para a extração de madeira, o clima é de diversão: personagens trajados como presos entretêm os turistas antes do embarque. A locomotiva percorre cerca de 7 km de trilhos através do Parque Nacional da Terra do Fogo, paralela ao rio Pipo, nome de um preso político encontrado morto no curso d’água depois de uma fuga malsucedida do presídio.
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No percurso, o visitante contempla a floresta de lengas, árvore típica da região, e as montanhas nevadas. A primeira parada, 30 minutos depois, é a Estação Cascata La Macarena, mirante de madeira com subida que leva a uma queda d’água. O trem turístico começou a funcionar em 1993. A guia Noe conta que, em 1947, o então presidente Juan Domingo Perón desativou o presídio, hoje transformado em um museu e atrativo turístico. Para visitar o espaço, recomendo uma tarde inteira.
O presídio com estilo arquitetônico engloba quatro museus em um: do Presídio, Marítimo, Antártico e de Arte, além de uma galeria, distribuídos em um único prédio bem no centro de Ushuaia. O do Presídio, por exemplo, ainda exibe as celas originais, onde os prisioneiros foram encarcerados.
É interessante? Sim, se você se interessa por conhecer a história de Ushuaia, seu processo de colonização, fauna e flora, as tribos que habitavam a região, os principais naufrágios e a sombria história de seu povoamento, intrinsecamente ligado ao presídio.
Para a região eram enviados presos perigosos e políticos que ajudaram na construção das casas. Compartilhando celas, havia nomes como Cayetano Santos Godinho, o “Baixinho Orelhudo”, primeiro serial killer argentino, o anarquista ucraniano Simon Radowytzky e o dramaturgo Ricardo Rojas.
As histórias desses presos são contadas por meio de vídeos, fotografias em preto e branco e reprodução de cenários. O local conserva muito dos equipamentos e mobiliário de época, inclusive partes do antigo farol do fim do mundo. Eu gastei parte do meu tempo no Museu Marítimo, com a evolução da caonstrução naval e as curiosas histórias dos naufrágios e das embarcaçõs que partiram em expedições como o Phatom, Goleta Negra, La Romanche, Parana e, é claro, o famoso Beagle.
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Seguro-viagem
Serviço
Saiba mais sobre Ushuaia: acesse o site Argentina Travel.
Receptivo
Tierra del Fuego Aventura: Instagram / @tierradelfuegoaventura e Facebook / Tierra del Fuego Aventura.
Passeios
Trem do Fim do Mundo: Instagram / @eltrendelfindelmundo
Classe Turista: Ingressos a 6.700 pesos adultos (R$ 229,81 / cotação em 24/10), 3.900 pesos de 4 a 12 anos (R$ 133,77 / cotação em 24/10) e grátis (0 a 3 anos).
Classe Premium: 17 mil pesos adulto (R$ 583,10 / cotação em 24/10), 8.500 pesos de 4 a 12 anos (R$ 291,55 / cotação em 24/10) e grátis (0 a 3 anos), incluindo uma refeição, dois drinks e uma sobremesa.
Museu Marítimo e do Presídio: Inclui ainda os museus Antárctico e de Arte Marinha e a galeria de arte Yaganes, 199-299. Ingressos a 5.000 pesos adultos (R$ 171,50 / cotação em 24/10) e grátis crianças até 12 anos. Funciona diariamente, das 12h às 20h. Consulte no site os horários das visitas guiadas, especiais e dramatizadas.
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