França

Vale do Loire celebra 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci

Região é terra de reis, de natureza selvagem e da arte de um gênio; em 2019 celebra-se também 500º aniversário da renascença

Qui, 28/02/19 - 03h00

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Leonardo da Vinci viveu seus últimos anos na França, especificamente na cidade de Amboise, no Castelo de Clos Lucé, a uma hora de trem ou duas de carro de Paris, no Vale do Loire. Era escultor, engenheiro, poeta e inventor, mas a fama do artista correu o mundo por conta de uma pintura, a Mona Lisa (ou Gioconda), que ele começou a esboçar em 1503, ainda na Itália.

Quem viajar ao Vale do Loire – ou Vale dos Reis – neste ano terá surpresas. A região dos castelos mais belos da França celebra os 500 anos da morte de Da Vinci, o nascimento de Catherine de Medici, a nobre italiana que foi rainha consorte da França de 1547 até a morte do marido Henrique II, em 1559, e a colocação da primeira pedra no Château de Chambord, um marco do renascentismo francês.

Por conta dessas efemérides, o Vale do Loire programou eventos, exposições, simpósios científicos e tours que revivem o espírito da renascença, enquanto confrontam os desafios da atualidade, criando, assim um diálogo entre passado e futuro. Entre os destaques estão as exposições “Leonardo da Vinci, Seus Alunos, a Última Ceia e François 1º”, no Clos Lucé, e “A Arte de Viver no Renascimento”, em Châteaudun.

As comemorações também são uma forma de os visitantes descobrirem um riquíssimo patrimônio histórico em vários passeios. O Vale do Loire conta, hoje, com excepcional número de monumentos, entre castelos reais, fortalezas medievais, residências renascentistas e catedrais, ao longo do rio Loire, que colocam em cena os grandes e pequenos fatos da história da França.

 

Fuga

Toda essa arte que surgiu na região resultou de um desastre militar: a Batalha de Azincourt, em outubro de 1415, vencida pelos rivais ingleses. A derrota obrigou o então rei da França, Carlos VII, a se refugiar às margens do Loire, onde já tinham sido erguidas sólidas fortalezas.

Refugiada na região, a nobreza criou o que define a região como o “Jardim da França”. Terra de reis (leia-se Francisco I e Carlos VII), o Vale do Loire viveu então uma fase intensa de prosperidade econômica, explosão artística e “febre” arquitetônica sem precedentes.


Tours

Porta de entrada para uma região

Tours, a mais importante cidade da região, é a porta de entrada para o Vale do Loire. Atravessada por dois rios, Loire e Cher, está a uma hora e cinco minutos de TGV (trem de alta velocidade) ou duas horas de carro de Paris. Fundada na época galo-romana, foi também denominada "Caesarodunum" (colina de César) – portanto, uma cidade de origem romana.

Em Tours, vale visitar a catedral de Saint-Gatien, o Museu de Belas Artes, a Place Plumereau, a Basílica de San Martinho, o Jardim Botânico, as torres de Charlemagne e de L’Horloge, além de mercados tradicionais, como o do Carreau des Halles. Se quiser experimentar os vinhos de Loire, degustações podem ser feitas na Maison des Vins de Loire, no número 23 da rua do Grand Marché.

Desde 1856, o célebre mercado de flores do Boulevard Béranger tem lugar em um jardim situado no coração da cidade. Tanto no inverno quanto no verão, ele reúne mais de 40 horticultores, floristas e colecionadores. O Béranger figura entre os mais importantes mercados de flores da França.


E mais...

Rio Loire

Passeio de barco

Um passeio pelo rio Loire pode ser um refresco entre tantas histórias de reis e rainhas. Em alguns trechos, as águas têm apenas 20 cm de profundidade. O jeito é contratar empresas como a Millière Raboton, que organiza passeios (o nosso partiu de Amboise, teve vinhos, queijos e embutidos a bordo). Os barcos, ora a vela, ora a remo, são chamados de “toues”. Saídas às 18h, antes do pôr do sol: € 105. milliere-raboton.net. (Fátima Sá\AG)

Vinhos

Uma pausa para caves

Outra boa pedida fora dos castelos é visitar uma vinícola ou uma cave. Ainda em Amboise, as Caves Duhard recebem visitantes para contar como são criados os vinhos da região. Na entrada, há um jogo para adivinhar cheiros (do tipo “sinto notas de baunilha”), depois projeção de vídeo falando de uvas e safras. No fim, degustação, claro. Visitas a € 12. caves-duhard.fr.(Fátima Sá\AG)

 

Amboise

Túmulo de Leonardo

O coração da renascença francesa bate em Amboise, casa de quase todos os reis das dinastias de Valois e Bourbon. Foi lá que Francisco I, o amigo de Da Vinci, cresceu. Após se encantar pela renascença italiana, ele abriu o palácio, que mais parecia uma fortaleza, aos jardins, onde hoje se faz até mel. E é lá que está enterrado o mestre italiano, no interior de uma capela. (Fátima Sá\AG).

Saiba mais

Invenções de Leonardo da Vinci

Genialidade. Parafuso aéreo, planador articulado, tanque de guerra, catapulta, hodômetro e tambor mecânico foram apenas algumas das invenções de Leonardo Da Vinci. No castelo Clos Lucé, estão expostas as maquetes em tamanho natural de suas máquinas e invenções malucas, inclusive com a possibilidade de experimentá-las em 3D, uma parceria com a empresa Dassault Systèmes.

 

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