Catar, Estados Unidos e Egito, mediadores na guerra de Gaza, exigiram neste sábado (1º) que Israel e Hamas aceitem o acordo de trégua e de libertação dos reféns baseado no plano anunciado ontem pelo presidente americano Joe Biden.

"Como mediadores nas discussões para garantir um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns e detidos, Catar, Estados Unidos e Egito pedem conjuntamente, tanto ao Hamas como a Israel, que finalizem o acordo que incorpora os princípios esboçados pelo presidente Joe Biden", diz uma nota difundida pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar.

Os três países vêm participando há meses de negociações indiretas entre Israel e o movimento islamista no poder na Faixa de Gaza. Mas essas negociações foram interrompidas no início de maio, quando Israel lançou uma operação terrestre em Rafah, ignorando os apelos da comunidade internacional para que se abstivesse de atacar a cidade do sul de Gaza, que faz fronteira com o Egito. 

Biden disse na sexta-feira (31) que Israel havia proposto um plano de três fases para conseguir um cessar-fogo e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas. 

A declaração conjunta dos mediadores enfatiza que os pontos listados por Biden "atenderam às demandas de todas as partes" e que sua implementação traria "alívio imediato tanto para o povo sofrido de Gaza quanto para os reféns e suas famílias". 

"Este acordo fornece diretrizes para um cessar-fogo permanente e o fim da crise", diz o documento. 

Resistência

Porém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a dizer neste sábado que não pode haver cessar-fogo permanente em Gaza até que Hamas seja destruído.

Além disso dois ministros israelenses de extrema direita ameaçaram, neste sábado (1º), renunciar se o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aceitar o plano de trégua com o Hamas apresentado pelo presidente americano Joe Biden.

Em mensagens na rede social X, o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, disse que o seu partido "dissolveria o governo" se o plano avançar, enquanto o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que se negaria a "fazer parte de um governo que aceite o esquema proposto" no plano de cessar-fogo para Gaza. (AFP)