O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi retirado de um comício em Butler, no Estado da Pensilvânia, após tiros de fuzil serem disparados. O republicano foi cercado pelos agentes do Serviço Secreto e, segurando a orelha direita, coberta por manchas de sangue, foi escoltado para um carro de sua comitiva logo após os disparos.

O candidato presidencial levantou o punho enquanto era escoltado. O ato político estava sendo transmitido ao vivo e, nas imagens, foi possível ver Trump e seus apoiadores se abaixando ao ouvirem os disparos. 

Pouco depois, o público começou a ser evacuado do lugar. Trump havia falado por cerca de dez minutos quando os barulhos foram ouvidos. Havia expectativa de que ele anunciasse sua escolha para vice-presidente no evento.

O promotor do Condado de Butler, Richard Goldinger, informou na noite deste sábado que duas pessoas foram mortas após o incidente: o atirador e um apoiador do republicano. Além disso, outras duas pessoas que participavam do comício ficaram gravemente feridas.

Trump está bem e caso está sendo investigado

O porta-voz da campanha republicana à Presidência dos Estados Unidos, Steven Cheung, informou após o incidente que Trump “está bem” e passa por uma avaliação médica. Ainda segundo ele, mais detalhes serão divulgados em breve. 

"O presidente Trump agradece às forças de segurança e aos socorristas pela rápida ação durante este ato hediondo. Ele está bem e está sendo examinado em uma instalação médica local. Mais detalhes serão divulgados em breve", afirmou. 

Já o chefe de Comunicações do Serviço Secreto dos EUA, Anthony Guglielmi, afirmou pelo X que uma investigação está em curso e que medidas de segurança foram implementadas. 

O promotor do Condado de Butler, Richard Goldinger, informou na noite deste sábado que duas pessoas foram mortas após o incidente. Entre elas estaria o suposto atirador. A informação é do jornal The Washington Post.

Vídeo

No momento em que os barulhos foram ouvidos, Trump levou a mão à orelha direita e, em seguida, ele e vários apoiadores que apareciam no fundo na transmissão se abaixaram. Um grito que parecia de uma mulher pode ser ouvido ao fundo nesse momento.

Poucos segundos depois, agentes do serviço secreto subiram e retiraram o ex-presidente do palco, escoltando-o até um carro. Ao se levantar, Trump parecia ter um pouco de sangue na orelha direita, na bochecha e nas mãos. Ele levantou o punho nesse momento, em um gesto para demonstrar força.

O comício

O comício acontecia em uma cidade a cerca de uma hora de Pittsburgh. Para participar do evento foi preciso fazer um registro online simples, fornecendo poucas informações e, para entrar, era preciso passar por uma checagem de segurança.

Em razão do calor, a segurança foi afrouxada para permitir a entrada com guarda-chuvas sem uma ponta de metal e garrafas de água de plástico. As instruções proibiam a entrada com mochilas e bolsas.

Repercussão

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na noite deste sábado no X (antigo Twitter), que "não há lugar" na América para violência como à que acometeu seu adversário político, o ex-presidente Donald Trump.

"Estou grato em saber que ele está seguro e bem. Estou rezando por ele e sua família e por todos aqueles que estiveram presentes no comício, enquanto aguardamos mais informações. (...) Não há lugar para esse tipo de violência na América. Devemos nos unir como uma nação para condená-lo", disse.

Aliado de Trump, pelas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou solidariedade a quem ele chamou de “o maior líder mundial do momento” e desejou a recuperação de Trump. “Nos veremos na posse”, escreveu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política: "O que vimos hoje é inaceitável".

(Com Fernanda Perrin/Folhapress e agências)