A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins, 26, até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.
O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.
A publicitária iniciou o trajeto na sexta-feira (20/06), quando caiu a cerca de 300 metros da trilha. Ela faria a escalada até domingo. Segundo a irmã da vítima, Mariana Marins, a brasileira está há mais de 50 horas sem comida e os resgates teriam sido interrompidos pelas condições climáticas.
A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.
É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.
Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.
Normalmente, a escalada até o entorno da cratera dura dois dias e uma noite - trajeto que seria feito por Juliana -, mas também é possível fazer a caminhada com até quatro dias e duas ou três noites de duração.
Agências locais oferecem o serviço de guia para grupos de diferentes tamanhos. Durante o trajeto, há postos na região para descanso e alimentação. A brasileira teria contratado uma empresa local chamada Ryan Tour.
O parque ainda recomenda que o trajeto seja feito com guias certificados. Quem preferir pode alugar equipamentos em um dos centros disponíveis nos arredores da montanha - nesses casos, o viajante precisa assinar um termo de responsabilidade.
Ainda na página oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a Associação de Guias Licenciados (HPI) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países. "Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias", completa.
Para a escalada, são sugeridas botas, jaquetas impermeáveis e lanterna para cabeça. Para quem pretende alcançar o topo do vulcão, o parque aconselha utilizar bastões de caminhada.
Por causa da altitude e variações de umidade no local, a temperatura durante o trajeto da trilha pode chegar a 4ºC. Nas redes sociais, montanhistas e entusiastas relatam dificuldade para acessar o topo do monte. Parte relata dificuldades causados pela poeira, especialmente nos meses de junho e agosto, e pelo trajeto escorregadio na subida. O último registro de erupção do vulcão é de 2010, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani.
Itamaraty acompanha caso de brasileira na Indonésia
O Ministério das Relações Exteriores afirmou neste domingo (22/06) que a embaixada brasileira em Jacarta, na Indonésia, monitora o caso da brasileira que caiu enquanto fazia uma trilha a pé nas proximidades de um vulcão daquele país. De acordo com informações repassadas ao governo brasileiro, equipes de resgate estão na área trabalhando em condições difíceis.
O Itamaraty informou na tarde deste domingo que a embaixada em Jacarta segue monitorando o caso, em contato com as agências de busca e salvamento da Indonésia, e que equipes de resgate continuam na área, trabalhando em condições difíceis, segundo relatos das autoridades indonésias monitorados pelo governo brasileiro.
A assessoria de imprensa do Itamaraty não tinha, no começo da tarde de domingo, detalhes sobre a operação e não soube dizer se a brasileira teve acesso a mantimentos desde a queda.