Um advogado deverá pagar U$ 15 mil (pouco mais de R$ 86) por citar casos falsos, gerados por Inteligência Artificial, em três processos. Rafael Ramirez, do estado do Indiana, nos Estados Unidos, não checou as informações dadas pela ferramenta de IA, utilizada para redigir os argumentos em defesa de seus clientes.

Em documento, o juiz federal Mark J. Dinsmore explicou que, ao ler um dos argumentos enviados por Ramirez, não conseguiu localizar um caso citado. Ao solicitar revisão, o advogado somente afirmou que a citação estava incorreta e que pedia desculpas ao tribunal.

Investigando outros casos defendidos por Rafael Ramirez, o magistrado encontrou outras três citações inexistentes, e, eventualmente, o advogado admitiu usar ferramentas de Inteligência Artificial para redigir os documentos dos casos, sem checar as informações.

Se defendendo, Ramirez afirmou que sempre usou IA para auxiliar no trabalho e que não sabia que essas ferramentas conseguiam gerar informações falsas. O juiz Dinsmore, porém, declarou necessário 'usar a inteligência real' para trabalhar com a IA, pesquisando e verificando as informações dadas.

Dinsmore também afirmou que "apresentar um resumo com uma citação inexistente fica muito aquém do dever de um advogado para com o Tribunal, seu cliente e o advogado adversário", e sugeriu que Ramirez fosse multado em U$ 15 mil, sendo U$ 5 mil para cada citação inadequada.

Além da multa, o caso também foi encaminhado para o juiz chefe, para outras medidas disciplinares serem aplicadas conforme as Regras de Confuta Profissional do Indiana.