Bombardeios israelenses atingiram a Penitenciária Evin, em Teerã nesta segunda-feira (23), danificando partes da instalação, informou o Judiciário iraniano.
"No mais recente ataque do regime sionista a Teerã, projéteis infelizmente atingiram a Penitenciária Evin, danificando partes da instalação", informou o site Mizan Online, vinculado ao Judiciário iraniano.
A penitenciária é conhecida pelos maus-tratos a presos políticos. É também lá que estão presos estrangeiros encarcerados, como os franceses Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos em 2022.
Ambos "não teriam sido afetados" por este ataque "inaceitável", assegurou no X o chanceler francês, Jean-Noël Barrot, depois que Noémie Kohler, irmã de Cécile, assegurou à AFP que não sabiam se estavam vivos.
O site Mizan Online afirmou que todos os recursos foram mobilizados para administrar a a instalação e que a situação permanece "sob controle".
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o Exército "lança ataques com força sem precedentes contra alvos do regime e órgãos de repressão do governo no coração de Teerã".
Entre eles, citou Evin, "que abriga presos políticos e opositores ao regime", além de centros de comando da milícia nacional Basij e da poderosa Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica.
Em um comunicado separado, o Exército disse que estava atacando centros de comando das forças de segurança, incluindo a Guarda Revolucionária.
"Essas forças (...) são responsáveis, em nome do Exército do regime iraniano, por defender a segurança nacional, reprimir as ameaças e manter a estabilidade do regime", afirmou em um comunicado.
Israel lançou uma ofensiva militar contra o Irã em 13 de junho, visando as instalações nucleares e de mísseis de seu arquirrival, que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu como ameaça "existencial" ao seu país.
Desde então, a lista de alvos se expandiu e incluiu a televisão estatal iraniana e as forças de segurança interna, alimentando especulações de que Israel busca derrubar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Os Estados Unidos entraram no conflito no domingo bombardeando as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, bem como a planta subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow.
"Por que não haveria uma mudança de regime?", questionou o presidente Donald Trump no domingo, após o Irã ameaçar suas tropas em resposta aos bombardeios que, segundo Washington, "devastaram" o programa nuclear iraniano.