Três gerentes seniores do Hospital Countess of Chester foram detidos pela polícia britânica nessa segunda-feira (30) sob suspeita de homicídio culposo por negligência grave. A ação faz parte da investigação sobre o caso de Lucy Letby, enfermeira condenada por assassinar sete bebês e tentar matar outros oito na unidade neonatal do hospital.
Letby, de 35 anos, está cumprindo prisão perpétua após ser considerada culpada de assassinar sete recém-nascidos e tentar assassinar outros oito entre junho de 2015 e junho de 2016, enquanto trabalhava no Hospital Countess of Chester (CoCH) no norte da Inglaterra. A enfermeira manteve declarações de inocência durante todo o processo judicial, mas teve negado o direito de apelar das condenações.
O Detetive Superintendente Paul Hughes, responsável pela condução da investigação, confirmou que os três membros da equipe de liderança sênior do hospital foram liberados sob fiança após os interrogatórios. As identidades dos gerentes não foram divulgadas pelas autoridades policiais.
"Tanto os elementos de homicídio corporativo quanto de homicídio culposo por negligência grave da investigação estão em andamento e não há prazos definidos para isso", afirmou Hughes em comunicado oficial. O detetive também ressaltou que as novas investigações não afetam as condenações já impostas a Letby.
Nova investigação
Após a condenação da enfermeira, as autoridades iniciaram uma investigação sobre possíveis crimes de homicídio corporativo no hospital. O escopo foi posteriormente ampliado para avaliar se indivíduos específicos poderiam ser responsabilizados por homicídio culposo por negligência grave, o que resultou nas prisões desta semana.
A polícia continua investigando se Letby cometeu mais crimes no Hospital Countess of Chester ou em outra unidade onde trabalhou anteriormente. Esta linha de investigação busca identificar possíveis vítimas além das já confirmadas no processo original.
Desde a condenação de Letby, diversos especialistas, médicos, legisladores e outros profissionais têm questionado as provas utilizadas pela acusação. A Comissão de Revisão de Casos Criminais está avaliando uma solicitação apresentada pela equipe jurídica da enfermeira.
Kate Blackwell, advogada que representa os gerentes seniores do hospital, apresentou argumentos durante uma investigação pública sobre o caso. Segundo ela, existem explicações alternativas para as mortes dos bebês que precisam ser consideradas.
Blackwell também afirmou que os gerentes negam veementemente as acusações de terem "deliberadamente e conscientemente" protegido uma assassina. Esta defesa ocorre enquanto a investigação pública continua a examinar como os assassinatos puderam acontecer no ambiente hospitalar.
As autoridades policiais já haviam se manifestado anteriormente sobre o ceticismo em torno do caso, afirmando que as dúvidas se baseiam em conhecimento parcial dos fatos apresentados aos tribunais durante o julgamento.
A investigação pública sobre o caso deve apresentar seus resultados no início de 2026, após a presidente do inquérito rejeitar pedidos para suspender os trabalhos.