Cães ajudaram moradores do Texas, nos Estados Unidos, a escaparem das enchentes que fizeram dezenas de vítimas.

Cachorros deram alerta ao latirem e arranharem portas. Jornais americanos colheram depoimentos de sobreviventes das enchentes.

Grupo de 13 amigos passou o feriado da Independência do país (4 de julho) na região. Eles haviam alugado uma casa, segundo um deles relatou ao canal de TV CNN.

Ricky Gonzalez, que integrava o grupo e mora no Texas, contou que um dos cachorros, Nash, começou a arranhar a porta enquanto eles dormiam. Um dos amigos abriu a cortina e viu um dos carros sendo levado pela correnteza. Em seguida, todos acordaram.

Gonzalez narrou à TV que a água subiu rapidamente para o segundo andar da casa. O grupo, então, se preparou para escapar por duas janelas no sótão. Segundo ele, uma família que passava de carro os viu e ajudou a resgatá-los.

O jornal "The Washington Post" conversou com uma mulher de 60 anos que passou horas sem notícias do sobrinho. O rapaz morava em um trailer perto do rio Guadalupe, que transbordou rapidamente após as fortes tempestades.

Rosalie Castro contou ao jornal que recebeu o primeiro alerta às 7h58, mas o sobrinho foi pego de surpresa. "Se não fosse o latido dos cães, ele não teria acordado na hora certa", disse ela, moradora de Kerrville —um dos locais mais atingidos.

Castro disse que na hora em que o sobrinho acordou, a água estava na altura dos joelhos. Quando chegou à porta do trailer, já estava na cintura. "Graças a Deus por esses cães", afirmou ao jornal.

Até a tarde deste domingo (6), o número de mortos nas enchentes havia chegado a 70. Desses, 59 foram no condado de Kerr, local mais afetado pelas enchentes. A situação na região pode se agravar porque há previsão de mais chuvas.

Número de mortos foi atualizado por autoridades envolvidas nas buscas, segundo o jornal "The New York Times". "Infelizmente, esperamos que esse número aumente", disse mais cedo o vice-governador do Texas, Dan Patrick, em entrevista à Fox News.

Entre as vítimas, estão pelo menos 21 crianças. Quatro corpos de crianças ainda não foram identificados.

Buscas por sobreviventes seguem pelo terceiro dia. Cães farejadores estão sendo usados na operação pelas equipes de resgate. Com o passar das horas, no entanto, a chance de achar alguém vivo diminui.

O número total de desaparecidos continua incerto. O "The New York Times", porém, afirmou que há pelo menos 30 pessoas listadas oficialmente como desaparecidas em diferentes condados. Deste total, 11 são crianças e uma é monitora da colônia de férias conhecida como Camp Mystic.