Saúde

EUA aprovam primeiro remédio para gordura no fígado ligada à obesidade

Resmetirom reduziu a fibrose no órgão, o que pode diminuir o risco de falência

Por O TEMPO
Publicado em 19 de março de 2024 | 10:20
 
 
 
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O FDA, espécie de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos EUA, aprovou o primeiro medicamento específico para uma doença de fígado relacionada à obesidade, a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD). O resmetirom é uma esperança contra o problema, que atinge cerca de 5% da população mundial e pode levar à falência do fígado e ao câncer.

A MASLD é basicamente um acúmulo acentuado de gordura no fígado, que pode causar inflamação e danos às células hepáticas. Na medida em que o fígado acumula tecido cicatrizado, um processo chamado fibrose, seu funcionamento é prejudicado. Medicamentos para tratar a doença são testados há anos, porém esta é a primeira vez em que uma opção tem sucesso nos estudos.

O teste com o resmetirom incluiu 966 pacientes voluntários ao longo de um ano e descobriu que a droga reduziu a inflamação e o acúmulo de gordura em 30%. Isso ocorre porque o remédio aumenta a capacidade de o fígado responder aos hormônios que estimulam o metabolismo da gordura.

Dada a urgência da disponibilização de um medicamento contra a doença, o FDA permitiu uma aprovação acelerada. Mas a fabricante da droga, a norte-americana Madrigal Pharmaceuticals, precisará, no futuro, fornecer mais evidências do sucesso do tratamento no longo-prazo. Resta responder uma pergunta essencial: ao longo do tempo, ela aumenta a taxa de sobrevivência dos pacientes?

Ainda não há perspectiva de que a droga seja disponibilizada no Brasil, pois os estudos foram focados nos EUA. Ela ainda precisaria ser submetida à aprovação da Anvisa antes de ser aplicada no país. Em entrevista à revista científica “Nature”, a patologista da Universidade de São Paulo (USP) Claudia Oliveira foi esperançosa: “não tivemos a oportunidade de ver esta droga agindo em pacientes na América Latina. Mas todos temos elevadas expectativas sobre ela, porque os resultados dos testes foram muito, muito interessantes”, concluiu.

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