CONFLITO

Facção islâmica torturou reféns simulando afogamento, diz jornal

Estas práticas aconteceram logo no início de seu cativeiro e se repetiram várias vezes, relataram ao jornal fontes conhecedoras da situação dos reféns

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 29 de agosto de 2014 | 10:52
 
 
 
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Ao menos quatro reféns da facção Estado Islâmico (EI) na Síria, incluindo o jornalista americano assassinado James Foley, foram torturados com simulações de afogamento no começo do seu cativeiro, revela o jornal "The Washington Post" nesta sexta-feira (29).

Estas práticas aconteceram logo no início de seu cativeiro -Foley foi sequestrado em novembro de 2012- e se repetiram várias vezes, relataram ao jornal fontes conhecedoras da situação dos reféns.

Foley foi decapitado pelos extremistas em represália aos ataques aéreos americanos no Iraque. O assassinato de Foley, divulgado este mês em um vídeo, aumentou a pressão da opinião pública para que o governo Obama intervenha também na Síria para conter os radicais.

Nesse mesmo vídeo, o EI ameaça matar outro jornalista americano, Steven J. Sotloff.

Fontes envolvidas nas tentativas de libertar os reféns confirmaram que a simulação de afogamento --também chamada de submarino-- foi aplicada a ao menos um sequestrado.

Nem a família de Foley nem o FBI confirmaram que os reféns do EI na Síria tenham sido vítimas destas práticas.

O submarino trata-se de um afogamento controlado no qual a vítima é imobilizada (atada a uma cadeira ou pendurada de cabeça para baixo), tem o rosto coberto e a água é jogada por cima, penetrando imediatamente nas vias respiratórias causando uma sensação de asfixia.

A técnica do submarino foi usada pela CIA durante interrogatórios de supostos terroristas após os atentados de 11 de setembro de 2011.

O presidente Barack Obama proibiu este método ao chegar à Casa Branca e o condenou por ser uma forma de tortura.

Segundo o Post, os reféns estavam na província síria de Raqqa, principal cidade do califado (Estado que segue as leis islâmicas) que o EI quer instaurar na Síria e no Iraque.

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