"As acusações relacionadas com o papel do Irã" na ofensiva do Hamas contra Israel "se baseiam em motivos políticos", declarou o porta-voz da diplomacia iraniana nesta segunda-feira (9), afirmando que Teerã não intervém "na tomada de decisões de outras nações, incluindo a Palestina".
"A resistência da nação palestiniana tem a capacidade, a força e a vontade necessárias para se defender, defender sua nação e tentar recuperar seus direitos perdidos", disse o porta-voz Nasser Kanani durante uma entrevista coletiva em Teerã.
Israel retoma controle de sul do país e concentra tropas na Faixa de Gaza
O Exército israelense informou, nesta segunda-feira (9), que retomou o controle de territórios no sul do país atacados pelo Hamas perto da Faixa de Gaza, cujo "cerco total" foi ordenado como resposta à ofensiva sem precedentes deste grupo islâmico palestino.
No terceiro dia da ofensiva militar inédita, classificada por Israel como semelhante aos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o Exército israelense anunciou que "controla" partes ao sul, onde havia infiltrados do Hamas, mas admitiu que "ainda pode haver terroristas na região", segundo um porta-voz militar.
Mais de 700 israelenses morreram, e 2.150 ficaram feridos nos ataques, de acordo com um novo balanço publicado pelo Exército na manhã desta segunda-feira (9). No primeiro dia, os islamitas mataram até 250 pessoas que participavam de um festival de música perto do enclave palestino, segundo a ONG Zaka, que ajudou nas operações de recuperação dos corpos.
Do lado palestino, 436 pessoas morreram, de acordo com as últimas estimativas das autoridades locais. Dezenas de milhares de soldados israelenses estão sendo levados para a Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes controlado pelo Hamas desde 2007.
O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, ordenou nesta segunda-feira um "cerco total" deste enclave. "Estamos impondo um cerco total à Gaza (...) nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás, tudo bloqueado", disse Gallant em um vídeo. "Estamos lutando contra animais e agimos em conformidade", acrescentou o ministro.
No interior desta região, mais de 123 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, informou nesta segunda-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês). (AFP)