Mais de dez mil iranianos se reuniram nesta terça-feira (4) para comemorar o 35º aniversário da tomada da Embaixada dos Estados Unidos em Teerã. O número de participantes foi menor do que nos anos anteriores.
Em novembro de 1979, estudantes iranianos invadiram a embaixada americana para pressionar Washington a extraditar o xá Mohammad Reza Pahlavi, abrigado nos EUA após ser derrubado pela Revolução Islâmica, que ocorreu em fevereiro do mesmo ano.
Durante 444 dias, eles mantiveram 52 reféns americanos no edifício. O caso levou à ruptura dos laços entre Teerã e Washington, que só começaram a ser retomados em 2013, com a eleição do presidente moderado Hasan Rowhani.
O aniversário coincidiu com a Ashura, feriado xiita que lembra a morte do imã Hussein, neto de Maomé, durante a batalha de Kerbala, contra as tropas do califa Yazid no ano 680. Isso pode ter levado ao esvaziamento da manifestação anti-EUA. Durante o ato, o clérigo e professor universitário Ali Reza Panahian comparou os Estados Unidos aos inimigos de Hussein.
Atualmente, o Irã negocia com Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha um acordo para diminuir o volume de urânio enriquecido do seu programa nuclear. Em troca, pede o fim das sanções políticas e econômicas que atingem o país. O acordo inicial, que deveria terminar em abril, foi expandido até 24 de novembro para que as partes cheguem a uma solução definitiva.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã já diluiu mais de 4.100 quilos de seu estoque de urânio para um patamar considerado suficiente para produzir energia e remédios, mas incapaz de chegar a uma bomba atômica.