O oxigênio do submersível Titan, desaparecido no Oceano Atlântico enquanto buscava os destroços do Titanic, pode já ter acabado. A estimativa da Guarda Costeira dos EUA é que ele se esgotasse por volta das 7h (horário de Brasília) desta quinta-feira (22/06). Mas isso não quer dizer que todos os cinco tripulantes do veículo tenham morrido.
Isso porque, como explica o professor de medicina Ken LeDez à “BBC” internacional, cada pessoa pode ter uma resistência diferente à escassez de oxigênio. “[O fim do estoque de oxigênio] não é como apagar uma luz. É mais como escalar uma montanha — na medida em que a temperatura e o metabolismo diminuem, depende do quão rápido você escala”, pontua.
E como seria a morte por falta de oxigênio no submarino? O especialista explica que, na medida em que o nível de oxigênio acaba, o de dióxido de carbono aumenta. O excesso do gás funciona como um sedativo, então as pessoas adormecem — e podem não acordar.
Ao mesmo tempo, eles correm o risco de sofrer hipotermia, devido à baixa temperatura no fundo do oceano — se o submersível estiver no solo oceânico, ela estará próxima de 0ºC. Mas isso não quer dizer uma morte certa: a inconsciência e a baixa temperatura corporal podem mantê-los vivos por algum tempo até o resgate chegar, em poucas horas. Por outro lado, eles não conseguirão fazer contato com a equipe de busca.
Expedição de resgate continua
A Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou, nesta quinta-feira, que prossegue com a operação de resgate de um submersível e dos cinco ocupantes desaparecidos perto dos destroços do Titanic, apesar do temido fim das reservas de oxigênio.
"Nós continuamos vendo casos particularmente complexos nos quais a vontade de viver das pessoas também deve ser levada em consideração. Então, nós continuamos procurando e com os esforços de resgate", disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira americana e que coordena a operação, ao programa "Today" do canal "NBC".
(Com AFP)