Mastigar folha de coca é uma prática comum e legal em países como Peru e Bolívia - porém, pode causar dependência se usada com exagero. No entanto, o produto é considerado como droga pelos Estados Unidos e "viciante", pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O psiquiatra Arnaldo Madruga explica que a coca estimula o sistema nervoso e que libera a endorfina, substância responsável pela sensação de prazer. Mas alerta para o fato de que, em quantidade exagerada, pode causar dependência, problemas cardíacos, alterações de comportamento e até mesmo alucinações. "A folha de coca, se usada com exagero, tem os mesmo efeitos da cocaína, mas em proporções menores", diz. Em 1952, a ONU declarou que mascar folha de coca era um vício. Em 1962, os EUA passaram a considerá-la como droga e proibiu o comércio da folha. Na Colômbia, há planos para expandir o mercado da coca.

Uma das primeiras civilizações a utilizar as folhas de coca foram os Incas. Hoje, a folha tem um papel econômico e cultural para países como Bolívia e Peru. Em locais de grande altitude, a folha de coca auxilia fornecendo resistência respiratória e disposição. A folha de coca contém 0,5% de cocaína, porém, de acordo com a antropóloga da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Regina de Paula, a folha não pode ser considerada como droga. "Não é utilizada como entorpecente. As pessoas podem até utilizá-la para fazer a droga, mas não pode ser considerada como tal", diz.