Confronto

Policial é atingido por flecha durante manifestação em Hong Kong

Esta foi a semana mais violenta no território desde o início dos protestos, em junho

Por Folhapress
Publicado em 17 de novembro de 2019 | 16:28
 
 
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Um policial foi ferido na perna por uma flecha neste domingo (17) durante confronto com manifestantes na universidade de Hong Kong. Esta foi a semana mais violenta no território desde o início dos protestos, em junho.

As imagens divulgadas pela polícia mostram que o agente foi atingido na panturrilha enquanto participava de operação na região da Universidade Politécnica (PolyU), que se tornou um dos principais palcos de manifestações, devido a sua localização estratégica. 

As forças de segurança usaram jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que ocupavam o campus da PolyU. 

A crise entrou em uma nova fase esta semana, mais radical, com adoção pelos manifestantes da estratégia batizada como "Blossom Everywhere" (Florescer em toda parte), que consiste em multiplicar os bloqueios e atos, de maneira simultânea, com o objetivo de testar a capacidade da polícia e asfixiar Hong Kong economicamente.

A tática é efetiva. Após cinco meses de protestos, o território semiautônomo entrou em recessão pela primeira vez em 10 anos. 
Em comparação com o mesmo trimestre de 2018, o PIB local recuou 2,9%, maior queda registrada na década. 

O que de início foram manifestações contra um projeto de lei específico –que possibilitaria a extradição de cidadãos honcongueses ao continente para julgamento –se tornou um movimento mais amplo, que assumiu um forte caráter anti-China. 

O manifestante segura o que parece ser um escudo improvisado. ele está cercado por fumaça de gás, que se tornou azul devido às luzes dos carros da polícia. Os manifestantes da ex-colônia britânica reivindicam autonomia política e jurídica em relação à Pequim. Entre suas exigências atuais estão a renúncia da líder local, Carrie Lam, o sufrágio universal e eleições diretas para o Poder Executivo de Hong Kong. 

Os protestos dividem a população do território. Neste domingo, apoiadores de Carrie Lam, favoráveis a uma maior aproximação com a China, se reuniram para tentar desbloquear o túnel de Cross Harbour, próximo a PolyU. 

O túnel é estratégico por ser um dos três que permite acesso à ilha de Hong Kong e está fechado desde terça-feira (12) por barricadas. 
Pouco depois, no entanto, manifestantes pró-democracia reconstruíram as barreiras. 

Segundo a imprensa local, os moradores que tentaram desbloquear a via foram alvo de tijolos e entraram em confronto com os manifestantes. A polícia dispersou a multidão utilizando gás lacrimogêneo. 

No sábado (16), soldados do Exército Popular de Libertação (EPL) da China saíram do quartel no território para ajudar na limpeza de escombros.

Em Hong Kong, a aparição do exército chinês é excepcional, dando ao fato um caráter simbólico que levanta novas questões sobre a autonomia do território, demanda central dos manifestantes.
O governo de Hong Kong afirmou que o Executivo local não solicitou a ajuda das tropas chinesas e que a saída dos quartéis foi uma "iniciativa própria" e voluntária.

A imprensa estatal já advertiu que o Exército Popular de Libertação (EPL) da China se reserva a possibilidade de intervir para acabar com a mobilização em Hong Kong.

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