Benjamin Netanyahu se tornou ontem o primeiro premiê em exercício na história de Israel denunciado por corrupção, o que pode acabar com a carreira política do líder que mais tempo ficou no poder desde o nascimento do Estado hebreu. As acusações foram apresentadas pelo procurador geral Avichai Mandelblit.
O premiê reagiu. “O que acontece aqui é uma tentativa de impor um golpe de Estado contra o primeiro-ministro”, declarou Netanyahu, pedindo que “se investigue os investigadores”.
“Este é um dia muito triste para Israel”, declarou seu rival Benny Gantz. Gantz acusou Netanyahu de se “entrincheirar no poder” e insistiu em sua demissão para se concentrar no processo que enfrenta. “Não há golpe em Israel, e sim gente entrincheirada no poder”, disse Gantz.
No chamado “caso 4.000”, Netanyahu é suspeito de ter concedido favores do governo, proporcionando milhões de dólares do presidente da empresa de telecomunicações Bezeq, em troca de uma cobertura midiática favorável por parte de um dos órgãos do grupo.
No “caso 1000”, acusa-se Netanyahu de ter recebido mais de 700 mil shekels (cerca de ¤ 185 mil) em presentes em troca de favores financeiros, ou pessoais.
Já no “caso 2000”, o premiê é suspeito de ter tentado obter uma cobertura favorável no maior jornal de Israel, o “Yediot Aharonot”.
A denúncia veio horas depois de o presidente Reuven Rivlin encarregar o Parlamento de encontrar um primeiro-ministro que consiga formar um novo governo. Netanyahu e seu rival Benny Gantz fracassaram em ambas as tentativas.