O soldado americano Bradley Manning, condenado a 35 anos de prisão na última quarta-feira por violações da lei de espionagem, revelou nesta quinta-feira (22) que quer viver como mulher na prisão.
Manning foi o responsável pelo vazamento de mais de 700 mil documentos do governo dos EUA ao WikiLeaks, a maior violação de dados sigilosos na história do país.
Ele sofrerá uma dispensa desonrosa do Exército e terá de cumprir um terço da pena antes de poder solicitar liberdade condicional.
O soldado disse ao programa “Today”, da rede americana NBC, que se sente como mulher desde criança e que a partir de agora espera que todos respeite e inclusive, o chamem pelo nome feminino.
“Eu sou Chelsea Manning. Uma mulher”. Eu quero começar uma terapia hormonal o mais rápido possível. Espero que vocês apoiem essa transição”, escreveu o soldado em um comunicado.
Em nota, assinada por Chelsea E. Manning, o soldado ainda diz: "Espero receber cartas de apoio e espero ter a oportunidade de responder a todos”.
Em agosto deste ano, três anos após o vazamento, o soldado se mostrou pela primeira vez arrependido diante de um tribunal militar. Ele pediu desculpas pelos “resultados inesperados” de suas ações.
Durante o julgamento, Manning revelou sua homossexualidade para um psicólogo do Exército, que testemunhou no tribunal militar de Fort Meade.
O capitão Michael Worsley afirmou que ele sofria um conflito interno em relação à sua identidade sexual, dentro de um ambiente de trabalho hostil, o que exerceu uma enorme pressão sobre ele para vazar informações confidenciais.
Manning lhe enviou por e-mail uma foto sua vestido de mulher, usando uma peruca loira e batom.
A imagem foi anexada a uma mensagem intitulada “O meu problema”, no qual o soldado descreve seu problema de identidade de gênero, e diz que esperava que sua carreira no exército lhe ajudasse a “livrar-se dele”.