Eleições

Uruguai espera recontagem dos votos para definir presidente

Na primeira apuração, candidato de centro-direita lidera com pequena vantagem sobre adversário. Novo governante será anunciado oficialmente até sexta-feira

Por AFP
Publicado em 25 de novembro de 2019 | 20:40
 
 
 
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O Uruguai entrou em compasso de espera após o segundo turno no último domingo, que deixou o candidato opositor de centro-direita Luis Lacalle Pou à frente da apuração, mas aguardando a recontagem de votos para confirmar sua vantagem sobre o candidato governista Daniel Martínez. 

Após a primeira apuração, Lacalle Pou, 46, líder do Partido Nacional, tem 48,71% dos votos, e Martínez 47,51%. No entanto, a diferença de apenas 30 mil votos é inferior a dos “votos observados”, quando os eleitores votam em circuitos que não correspondem a eles ou não aparecem no registro, neste caso 35 mil cédulas – o que significa que é necessário aguardar que a Corte Eleitoral organize a apuração secundária (a recontagem voto a voto), que desta vez será crucial para definir o vencedor.

Mesmo com o adiamento da proclamação do resultado da votação, o candidato de centro-direita disse estar convicto da vitória. Ontem, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que, caso Lacalle Pou vença, ele irá à posse dele.

O cenário é adverso para Martínez. Após a apuração de 100% dos circuitos, ele precisa obter 91% dos votos observados, de acordo com a empresa de consultoria Enia, que analisa as estatísticas de votação.

O presidente da Corte Eleitoral, José Arocena, anunciou que a recontagem começará na manhã de hoje e terminará, no mais tardar, na sexta-feira.

Enquanto Martínez celebrou o resultado, ao lado de vários líderes da Frente Ampla, depois de uma campanha em que foi muito criticado dentro do próprio partido, Lacalle Pou criticou o candidato do governo por não reconhecer a derrota.

“Há formas de aceitar os resultados. Formalmente saberemos em poucos dias. Lamentavelmente o candidato do governo não nos ligou nem reconheceu o resultado que, do nosso ponto de vista, é irreversível”, disse Lacalle Pou. “Teremos que esperar para saber o resultado final”, afirmou Martínez.</CW>

A votação apertada representou uma recuperação da Frente Ampla após os resultados do primeiro turno de 27 de outubro e mostrou um eleitorado dividido.

O Uruguai pode dar uma guinada após três mandatos consecutivos da Frente Ampla, uma coalizão de partidos de esquerda que reúne socialistas, comunistas, social-democratas, ex-guerrilheiros e economistas ortodoxos.

Em 15 anos de poder, a coalizão de esquerda aprovou o aborto em 2012, assim como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização da maconha em 2013. 

Mas teve que enfrentar nos últimos anos o índice de desemprego de 9,5%, uma economia estagnada com persistente déficit fiscal de 4,9% do PIB, além do aumento de 45% no número de homicídios entre 2017 e 2018, em um país considerado seguro no contexto latino-americano.

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