No mês de outubro a Fisioterapia comemora um marco histórico: o seu aniversário de 55 anos de regulamentação no Brasil. Uma profissão jovem, que acumula conquistas e avanços significativos no País, com evolução científica, práticas baseadas em evidências e reconhecimento social. Profissionais que se tornaram essenciais nos momentos mais difíceis da civilização, como nas grandes crises sanitárias, guerras e pandemias. Além de serem fundamentais nas principais conquistas esportivas do mundo e, claro, no dia a dia da população, mantendo a vida em movimento. Um mês a ser celebrado por fisioterapeutas, pela sociedade e por terapeutas ocupacionais, profissionais da saúde que também comemoram o 13 de outubro pelo mesmo motivo.

Profissionais de primeiro contato, os fisioterapeutas são os únicos legalmente habilitados para prescrever os seus próprios tratamentos. Uma autonomia garantida, mas que merece ser repetidamente reforçada entre a população. Presentes em diferentes áreas de atuação, eles são essenciais nos hospitais, sobretudo nas Unidades de Terapia Intensiva. Estudos comprovam que a sua presença 24h nas UTIs é capaz de reduzir em até 40% o tempo de internação, assim como os gastos do tratamento, devolvendo o paciente à sociedade com menos tempo e com mais independência.

Com presença consolidada na área esportiva, garantem a performance, prevenindo e tratando lesões, favorecendo a qualidade de vida de atletas profissionais e amadores. São essenciais em eventos de grande porte, como olimpíadas e copas do mundo, contribuindo ativamente para alto desempenho dos esportistas. Ao todo, são 16 especialidades da Fisioterapia, todas reconhecidas pelo Conselho Federal, o COFFITO, o que revela um vasto horizonte de atuação, com amplas possibilidades de atendimento e cuidado à população.

São vitórias a serem celebradas, mas também muitos desafios pela frente. E um deles é a disseminação no Brasil do ensino a distância na área da saúde. A formação de profissionais da Fisioterapia requer o desenvolvimento de habilidades que exigem a troca presencial de experiências e a convivência com docentes ao longo da graduação. Os prejuízos causados podem ser devastadores, colocando em risco não somente as profissões, como também o bem-estar e a integridade física dos pacientes.

É preciso destacar ainda que os fisioterapeutas podem e devem ir muito além do tecnicismo, afinal, possuem uma formação global, pautada não só pela ciência, mas também pela legislação. São amplamente capacitados para atuarem na gestão, podendo empreender ou desempenhar funções estratégicas em grandes corporações. Se faz necessário ainda ocupar espaços públicos para defender os anseios da categoria, buscando fomentar o surgimento de lideranças com voz ativa. Essa é a única forma de reunir forças para ter representatividade e conquistar os objetivos da classe.

Que este 13 de outubro possa significar mais do que uma data comemorativa. Os 55 anos de regulamentação representam o orgulho da história da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, a validação das suas conquistas e a confiança necessária para continuar lutando pelos objetivos desejados. Como agentes da saúde, profissionais que dão fôlego à vida e que garantem a autonomia nas atividades de vida diária, eles exercem papeis únicos na sociedade. Caminhando sempre de olho no futuro, as profissões seguem firmes no caminho sem volta de cuidar do próximo e de alcançar novos patamares, sempre cientes da responsabilidade de honrarem a confiança demonstrada pela população.

*Anderson Coelho, presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Minas Gerais (CREFITO-4 MG)