A gestão da inovação é um tema crucial para as organizações que buscam se destacar e garantir sua continuidade no mercado competitivo. O conceito de invenção é o ponto de partida, definido como uma criação original do ser humano que, se fabricável e utilizável industrialmente, pode ser patenteada, independentemente de sua comercialização imediata.
No entanto, a invenção não deve ser confundida com inovação, que envolve transformar oportunidades em ideias práticas e amplamente aplicáveis. A inovação está diretamente ligada à comercialização e aplicação das ideias inventivas.
Desde o surgimento da humanidade, a inovação tem sido uma característica inerente ao comportamento humano, refletindo a busca constante por melhorias nas práticas diárias. No contexto corporativo moderno, empresas como Procter & Gamble e Apple atribuem seu sucesso ao desenvolvimento contínuo de novos processos e produtos por meio da inovação.
A gestão eficaz da inovação é, portanto, essencial para que as empresas se adaptem às demandas do mercado e mantenham a competitividade.
A gestão da inovação pode ser facilitada por várias ferramentas, cada uma desempenhando um papel específico no processo. Um modelo simplificado de inovação sugere quatro etapas essenciais: busca, seleção, implementação e captura de valor.
A busca envolve identificar ameaças e oportunidades no mercado, a seleção consiste em alinhar essas oportunidades com a estratégia da organização e desenvolver ideias, a implementação transforma essas ideias em produtos ou processos concretos, e a captura de valor avalia os resultados e aprende com o processo.
Entre as ferramentas úteis para a gestão da inovação, destaca-se o funil de inovação, que organiza a evolução das ideias em projetos viáveis. Esse funil passa por fases de geração, priorização e desenvolvimento de ideias.
O objetivo é maximizar a chance de sucesso das ideias que avançam para as fases seguintes. Em conjunto com o funil, o brainstorming é utilizado na fase de geração de ideias, promovendo um ambiente criativo e sem julgamentos para estimular a produção de novas ideias.
Na fase de desenvolvimento e detalhamento das ideias, o design thinking é uma ferramenta valiosa. Ele foca a compreensão das necessidades dos usuários e a criação de soluções práticas, promovendo uma abordagem colaborativa e criativa para resolver problemas. Por fim, o scrum é uma abordagem ágil que se destaca na fase de execução, dividindo projetos em sprints e promovendo a adaptação contínua e rápida entrega de valor.
Essas ferramentas não são mutuamente exclusivas e podem ser integradas ao funil de inovação para maximizar a eficiência do processo. Por exemplo, o brainstorming pode ser usado para gerar ideias na fase inicial; o design thinking, para refinar e planejar essas ideias; e o scrum, para desenvolver e entregar os produtos.
Em conclusão, a gestão eficaz da inovação exige um processo estruturado e a utilização de ferramentas apropriadas para cada fase do funil de inovação. Integrando técnicas como brainstorming, design thinking e scrum, as organizações podem melhorar a geração, desenvolvimento e implementação de novas ideias, aumentando suas chances de sucesso e mantendo-se competitivas no mercado. A adaptação das ferramentas ao contexto específico da empresa é fundamental para otimizar a inovação e assegurar a continuidade dos negócios.
Carlos Miranda
Doutor em engenharia de materiais e professor dos cursos de engenharia do Ibmec-BH