Pelo que se noticiou, na sexta-feira passada, o Irã teria tentado um acordo com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump disse, no mesmo dia, que decidiria “nas próximas duas semanas” se os EUA participariam ou não dos ataques contra o Irã. A informação partiu da Casa Branca, através da porta-voz Karoline Leavitt, em entrevista coletiva. No comunicado se falou, também, que haveria “chance de negociação em futuro próximo”. Estava no Oriente Médio, na ocasião, o enviado especial Steve Witkoff, que manteve contato com autoridades iranianas. Foi aí que o chanceler do Irã, Abbas Araghchi, teria dito que Teerã poderia “flexibilizar a questão nuclear”, desde que Washington “pressionasse Israel a acabar com a guerra”.

Pois bem. No sábado seguinte, à noite, em ação conjunta com o Israel, um dia depois das tentativas de acordo – e bem antes do prazo de duas semanas que Trump se deu para decidir se atacaria ou não, ativamente, o Irã –, o presidente americano surpreendeu o mundo, e os EUA bombardearam as três centrais nucleares de Natanz, Isfahan e Fordow.

Martelo da Meia-noite

A operação militar foi chamada de “Martelo da Meia-noite”. E até hoje não se sabe a extensão dos estragos provocados pelos bombardeios e se há mortos em função dela. Em pronunciamento à nação americana Donald Trump disse ainda que, a partir de agora, “haverá paz ou haverá tragédia no Irã”.

A expectativa da resposta de Teerã aos bombardeios das suas três centrais nucleares dominou o mundo. Essa resposta, porém, que se concretizou por meio do ataque à base americana no Catar, para alguns analistas internacionais, se voltou apenas para o público interno. Pois o que se teme de fato é o fechamento do Estreito de Ormuz, pelo qual passam de 20% a 30% de todo o petróleo do mundo. Pelo menos agora (escrevo estas linhas na manhã de 25.6), embora o governo iraniano já tenha feito ameaças, esse fechamento dificilmente ocorrerá.

Se a ameaça em algum momento se efetivar (deve se esperar de tudo numa guerra), despertaria no mundo, sobretudo nos Estados Unidos, grave crise econômica. Segundo o analista de política internacional, Leonardo Trevisan, a crise dobraria o preço do petróleo.

Cessar-fogo

Na noite da última segunda-feira, a ansiedade aumentou no mundo ainda mais quando o presidente Donald Trump anunciou que naquele instante Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo “completo e total”. Em suas redes sociais, Trump comunicou que o Irã iniciaria o cessar-fogo à meia-noite do dia 24/6 (1h em Brasília) e que, após 12 horas, seria a vez de Israel baixar as armas. Ao terminar, Trump elogiou a “coragem e a inteligência para encarar o que deveria ser chamado de ‘A guerra dos 12 dias’”. E completou: “Que Deus abençoe o Irã, o Oriente Médio, os Estados Unidos e o mundo”.

A última notícia, depois de ataques e negativas de ambos os lados, Israel e Irã sinalizaram o cessar-fogo. Isso aconteceu depois da queixa pública que Donald Trump fez aos “eternos inimigos”.

Ainda não se sabe o que aconteceu ao urânio do Irã, que não foi destruído, diz Israel, que agora promete voltar para Gaza.