Independentemente de qualquer crença particular a caridade está ao alcance de todos: do ignorante e do sábio, do rico e do pobre. Uma criança uniu a cidade de Contagem, envolveu cidadãos de bem de Minas Gerais numa luta pela vida. Não tinha como não se emocionar com a luta dos pais de João Vítor Gomes Fernandes. Foram realizados bazares solidários, Vakinha para conseguir comprar o número de ampolas para fazer o tratamento contra o Câncer. A Santa Casa de Belo Horizonte exigiu o número de ampolas, a mãe postou nas redes sociais vídeos pedindo ajuda. Artistas se uniram em shows, o jovem pediu ajuda e foi criada a campanha #Todospelojoão , com a participação de várias entidades e pessoas comuns. A luta diária mostrava a união do povo. No dia 28 de maio deste ano, a mãe do João Fernandes, Vera, postou no Instagram um vídeo com o filho na luta pela sobrevivência. A cada dia o filho perguntava: "mãe como vai ser hoje?" A mãe respondia: "os médicos duvidaram , mas com Deus vamos continuar lutando. O menino João estava internado na Santa Cada de Belo Horizonte precisou de doadores de sangue, doações para conseguir comprar os medicamentos de sua quimioterapia ao preço de R$520 mil, valores que o Sistema Ùnico de Saúde (SUS) não disponibiliza. Em abril, o guerreiro João seguia forte, em maio a situação se complicou. Mas a cada dia, a união das pessoas, a luta dos pais, a força e a fé de todos uniu a cidade de Contagem e chegou a todo o Estado. Desde fevereiro de 2018, João Vitor já tinha começado uma campanha para doação de medula óssea. João lutou contra a leucemia. Toda a família lutou junto.

Um dia um doutor da lei indagou a Jesus: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus então lhe respondeu: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito. Eis aí o maior e primeiro mandamento. Eis o segundo, que é semelhante a este: Amareis vosso próximo como a vós mesmos” (Matheus, cap. XXII, v. de 34 a 40). Dada a semelhança dos dois mandamentos vemos que não se pode amar verdadeiramente a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus. João Vitor amou e recebeu muito amor. Lutou bravamente e na quarta-feira, dia 26 de julho, veio a óbito. A família agradeceu pelas redes sociais toda a ajuda e o amor recebido. O João foi acometido por uma bactéria e o corpo não suportou. A morte de um filho é geralmente descrita como um dos acontecimentos mais dolorosos da vida de alguém. O sofrimento vivido pelos pais, independentemente da idade é dilacerante. Se comparado à dor sentida pela morte de uma outra pessoa da família, é extraordinariamente intenso. João Vítor lutou, perseverou e nunca perdeu a fé em Deus. Perder um filho é, principalmente, ter a sensação de que algo fugiu do nosso projeto de vida, da nossa imaginação. Não é possível superar a morte de um filho. Pois superar significa vencer, e ninguém pode nem deve passar por cima da ausência, de um vazio que está arraigado na essência como pessoa. Agora o viver de novo é honrar a memória daqueles que já não estão aqui. É compreender que levamos essas pessoas sempre conosco, que relembrá-los é honrá-los, e que o amor nos transcende mesmo que a tristeza continue morando em nós.