Opinião

Calamidade evidencia importância da ajuda humanitária

Imprescindível para pessoas em situação de vulnerabilidade

Por Ailton Cirilo - coronel da PMMG
Publicado em 11 de janeiro de 2022 | 03:00
 
 
 
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Nos últimos dias as fortes chuvas que assolam a Bahia e o Norte de Minas Gerais causaram danos em mais de 116 municípios do Sul e Sudeste do Estado, gerando o acúmulo do maior número de chuvas para dezembro em 32 anos e o rompimento de barragens.

Do latim “calamitas”, a palavra “calamidade” pode ser entendida como um grande mal comum a muitos, um infortúnio público ou uma série de desgraças que vêm sobre alguém. Mas o que uma calamidade tem a nos ensinar? Segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), uma a cada 45 pessoas que vivem no planeta precisa de ajuda humanitária.

Com causas diversas, incluindo desastres climáticos, doenças infecciosas e conflitos, o trabalho humanitário é imprescindível para ajudar coletivos em estado de vulnerabilidade social, aliviando e levando apoio e ajuda aos que precisam. Em âmbito global, temos como exemplo de atores de solidariedade os Médicos sem Fronteiras e a Cruz Vermelha.

Além disso, são inúmeras pessoas e empresas que financiam as ações por meio de doações financeiras, sendo que, no curto prazo, salvam vidas e, no longo, restabelecem a segurança social e diluem a extrema pobreza. Por consequência, o objetivo da ajuda humanitária é justamente amenizar o sofrimento humano, integrando em sua logística o planejamento, suprimento, suporte, armazenamento e monitoramento em resposta a desastres.

É preciso pensar em políticas sociais que promovam constantemente a vida, gerando condições reais para a sobrevivência de toda a sociedade. Não se podem mitigar as calamidades públicas em detrimento de interesses escusos, o que acontece frequentemente no cenário político nacional.

Na Bahia, por exemplo, 20 pessoas já morreram em consequência das chuvas, além de mais de 30 mil desabrigados e 31 mil desalojados, de acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec-BA). Diante desse cenário, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) tem atuado de forma humanitária, tendo sido acionado para apoiar as ações de busca e salvamento ao estado vizinho.

De forma integrada ao Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), além de outros órgãos de defesa civil da Bahia e do governo federal, tem sido feitas atividades relativas à busca, salvamento e demais ações assistenciais.

Conforme o CBMMG, os militares mineiros levaram diversos equipamentos de salvamento, como cesto de aeronave para remoção de pessoas ilhadas, bote, barco e carretinha de transporte. Outros acessórios incluem geradores, materiais de escoramento/rompimento, luzes de cena, aeronáutico, HTs Tait para comunicação, ração de campanha e combustível.

O trabalho conjunto de socorro aos municípios afetados elucida o caráter humanitário presente nas corporações, bem como a importância da união para a sobrevivência da população. Para além de um dever cívico, há que se pensar na promoção da paz e consolidação da segurança como pilares da nação. Agentes humanitários arriscando suas vidas em prol do próximo é prelúdio para o país que precisamos construir.

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