Opinião

Câncer de cabeça e pescoço: prevenção e diagnóstico

Perfil das pessoas afetadas tem mudado

Por Clineu Gaspar Hernandes Júnior
Publicado em 27 de julho de 2022 | 03:00
 
 
 
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Hoje é o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, nome genérico dos tipos de câncer localizados acima do pescoço. “Prevenção” e “diagnóstico precoce” são termos-chave para salvar vidas. Segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc), esse é o sexto tipo de câncer mais incidente no mundo.

No Brasil, os dados também são alarmantes. De acordo com o Inca, são esperados para este ano mais de 36,6 mil novos casos da doença. A maioria dos casos é detectada em homens acima dos 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.

Porém, o cenário tem modificado, gradativamente, quanto ao perfil de pessoas mais afetadas. De acordo com o Inca, a doença atinge também cerca de 30% a 40% de jovens (entre 30 e 45 anos), de ambos os sexos que não fumam nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido que estejam infectados pelo HPV (papiloma vírus), que também é um fator de risco para o câncer de cabeça e pescoço.

Os tumores de cabeça e pescoço são localizados nas vias aerodigestivas e nas glândulas salivares ou glândulas endócrinas. Os principais locais deste tipo de câncer são língua, lábios, gengiva, glândulas salivares, como a parótida e submandibular, amígdalas, laringe, tireoide, seios paranasais e a faringe. No entanto, o câncer de pele também pode estar associado a essa região. Ele representa 60% de todos os cânceres de pele do corpo por ser uma área muito exposta ao sol.

Um dos maiores desafios deste tipo de câncer é o diagnóstico precoce. Por ser uma doença silenciosa no início, os primeiros sinais podem passar despercebidos ou ser confundidos com outras doenças. Muitas vezes, o paciente só descobre o tumor quando ele já está em estágio avançado, podendo deixar sequelas e ou aumentar as taxas de mortalidade. Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento. Mas, se diagnosticados precocemente, em fases iniciais, chegam a ter mais de 80% de chances de cura.

A atenção aos primeiros sinais da doença é de fundamental importância para o diagnóstico precoce, assim como a consulta com especialistas. Entre os principais sintomas estão o aparecimento de nódulo no pescoço, manchas brancas ou avermelhadas na boca, ferida que não cicatriza em duas semanas, dor de garganta que não melhora em 15 dias, dificuldade ou dor para engolir e alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias.

Entre os fatores de risco mais importantes para a doença estão o tabagismo, o alcoolismo e o HPV. Conhecer e ficar em alerta aos sinais e sintomas faz toda diferença na detecção precoce da doença e, consequentemente, no melhor resultado do tratamento.

Para promover a conscientização e reduzir os casos de câncer de cabeça e pescoço, é indispensável a realização de mais campanhas que unam sociedade, comunidade científica e governos. A informação é uma aliada da medicina e da população. 

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