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Escola terá de ensinar educação financeira às crianças

Formação de adultos economicamente conscientes

Por Renato Bernardes
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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A partir deste ano, o ensino de educação financeira nas escolas brasileiras passará a ser obrigatório. A decisão tomada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) de introduzir a educação financeira nas escolas brasileiras, conforme as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é de 2017, mas entra em vigor neste ano.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), redes de ensino públicas e privadas de todo o Brasil deverão se adequar à nova norma para ajustar o currículo e abordar o tema da educação infantil ao ensino médio.

O objetivo é preparar os alunos para que desenvolvam habilidades de gerenciamento e administração financeira para que, quando adultos, possam fazer melhores escolhas.

O ensino de finanças pessoais nas escolas é essencial para que possamos formar adultos conscientes e mais saudáveis financeiramente. Alguns conceitos como consumo, reserva financeira e fontes de renda ajudarão a criança a se tornar um adulto com mais conhecimentos sobre endividamento e comprometimento de renda, por exemplo.

Isso fará toda a diferença não só na economia familiar, mas também na economia do país como um todo.

A medida ainda vem em um momento em que o país enfrenta um de seus piores momentos em relação ao endividamento e comprometimento de renda.

De acordo com dados recentes da Serasa Experian, existem cerca de 63,4 milhões de inadimplentes no país, um novo recorde da série histórica iniciada pelo órgão em 2016 para acompanhamento dos dados.

O alto endividamento tem como principais causas a perda do emprego e a redução de renda, mas outros movimentos, como o empréstimo de nome para terceiros e a falta de controle financeiro, também aparecem como responsáveis pelo alto índice de dívidas, segundo um outro estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo SPC Brasil.

A educação financeira ajudará as crianças hoje a desenvolver uma visão de planejamento em longo prazo, extremamente importante quando se trata de plano para aposentadoria, investimentos e aquisição de bens de maneira equilibrada e consumo responsável. Além de, claro, ajudar a criança a desenvolver um senso maior de responsabilidade com o que é dela e do outro e entendimento de como funciona a economia.

A decisão do CNE vem em um momento oportuno para complementar o que faltava no quebra-cabeça da reconstrução do ensino brasileiro. O Brasil está atualmente em um dos últimos lugares no ranking mundial quando se trata do tema da educação financeira.

A educação financeira nas escolas será fundamental para tornar nossas crianças e jovens mais compromissados e aptos a desenvolver sua própria jornada na conquista da independência financeira e no planejamento de uma aposentadoria sustentável, além de preservá-las no futuro de armadilhas do mercado que, hoje, provocam um ciclo de perpetuação do endividamento e do acesso irresponsável ao crédito com taxas abusivas.

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