Milhares de brasileiras começaram 2020 planejando engravidar, sendo que algumas centenas delas estão recorrendo a tratamentos de reprodução assistida como aliados contra a infertilidade. Entretanto, o cenário de pandemia causado pela Covid-19 provocou um estado de alerta e preocupação constante nos grupos de risco para complicações – idosos, hipertensos, diabéticos – e também na sociedade, inclusive entre as mulheres já grávidas e as que estão tentando engravidar.

A recomendação médica é finalizar o tratamento para aquelas com o tratamento de fertilidade em evolução, e, quem ainda não iniciou, deve adiar mais um pouco o sonho da maternidade. A orientação para os casais que não transferiram os embriões é congelar para retomar após a pandemia.

As mulheres que implantaram o embrião e ainda precisam saber se estão grávidas devem confirmar com o exame de sangue indo ao laboratório. A indicação é não sair de casa, a não ser que seja inevitável. A gestante deve estar ciente de sua condição para tomar as medidas necessárias recomendadas, tanto pela OMS em relação à prevenção do coronavírus quanto aos cuidados repassados pelo obstetra.

A diferença entre o novo coronavírus e o H1N1 durante a gravidez é outro aspecto para esclarecimento. Ainda não existem provas ou trabalhos científicos comprovando algum efeito maléfico da Covid-19 sobre a evolução da gestação ou sobre o desenvolvimento embrionário. Quem está em tratamento de reprodução assistida ou grávida também não é mais susceptível à infecção ou às suas complicações.

Já, a pandemia da gripe H1N1, em 2009, apresentou uma nuance diferente. Muitas mulheres tiveram complicações com a contaminação durante a gravidez, pois apresentou um curso mais agressivo, aumentando o risco de pneumonia e insuficiência respiratória, podendo causar parto prematuro e o aumento da mortalidade materna. Conforme dados do Ministério da Saúde, morreram 12% das grávidas que tiveram infecção por H1N1 comprovada em laboratório.

A recomendação é manter a calma. A Covid-19 não apresenta sinais de contaminação do feto e nem risco de malformação ou demais problemas. De todos os casos notificados, existe apenas um em Londres, na Inglaterra, relatando contaminação do recém-nascido, mas não se sabe se foi uma transmissão vertical – quando acontece dentro do útero – ou após o nascimento. É crucial seguir as orientações médicas e os protocolos de higienização e isolamento social. O momento requer consciência e cautela!