Opinião

Lições da gestão corporativa para a carreira política

Adoção crescente de conceitos, discursos e práticas gerenciais

Por David Braga
Publicado em 11 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
 
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O número de empresários e executivos de sucesso que decidiram ingressar na carreira política tem crescido nos últimos anos. Apenas em terras mineiras, já é possível encontrar muitos exemplos, como o governador Romeu Zema, vários prefeitos e candidatos atuais e o ex-secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do governo Bolsonaro Salim Mattar. Sem falar de um dos cargos de maior destaque do mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao que parece, esse movimento tem se configurado como uma tendência, que pode ser interessante e positiva, quando conseguem aplicar as melhores práticas do contexto privado à gestão pública.

Isso porque o líder é a figura-chave em qualquer organização, seja no ambiente corporativo das companhias privadas, seja em cargos dos Poderes Executivo ou Legislativo. Ele é visto como referência para dar suporte aos liderados, portanto necessita reunir algumas características que envolvam questões técnicas, intelectuais, políticas e morais. No setor público, isso se torna ainda mais relevante. Afinal, o impacto desse tipo de liderança abrange um número expressivo de pessoas (cidades, Estados e países inteiros).

O líder político opera diretamente na execução de estratégias e de planejamentos governamentais, a fim de garantir melhor qualidade dos produtos e serviços prestados aos cidadãos. E, atualmente, é possível perceber, na administração pública, a adoção crescente de conceitos, discursos e práticas gerenciais típicas do mundo corporativo – criatividade, postura empreendedora, inovação gerencial, gestão por resultados e por competências, além de contratos de gestão. Esses termos, paulatinamente, aderem ao vocabulário e às ações do cotidiano das diversas instâncias, em todas as esferas.

Além disso, vale destacar sete categorias de atuação presentes nas empresas privadas bem-sucedidas às quais o gestor público precisa dar atenção e aprimorar suas competências e habilidades para tal: gerenciamento das relações; cultura de performance; valorização da equipe interna; uso da tecnologia; gestão de prazos e orçamentos; perspectiva global; ética e transparência. Esses aspectos são fundamentais, uma vez que a liderança política deve ter em mente que deverá atingir um resultado final em prol da população. Dessa forma, planejar ações com eficiência e eficácia é fundamental para que o dinheiro público seja investido de forma assertiva.

Por fim, é importante salientar que tudo tem mudado de forma acelerada no mundo atual, e não será diferente na gestão pública. Inclusive, os eleitores têm apostado, cada vez mais, em novas escolhas. Logo, assim como os empresários, é imprescindível que as lideranças políticas tenham um mindset global e estejam sintonizadas com as mudanças que possam gerar impactos (positivos) em sua gestão. Promover tal abertura mental, a busca de melhores práticas e a integração de ações com os demais setores é muito interessante para a criação de sinergias e a promoção de resultados consistentes. Isso é trabalhar de maneira comprometida e preparada tecnicamente para fazer com que o Estado cresça de forma eficiente e sustentável.

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