Opinião

Por que escolher Anitta?

Influenciar outras empresas a investir na diversidade

Por Osvaldo Pimentel
Publicado em 27 de junho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Você deve ter visto a notícia que viralizou nesta semana: a empresária Anitta foi nomeada conselheira administrativa do Nubank, atualmente a sétima startup mais valiosa do mundo. E esta é uma notícia para se comemorar no meio empresarial, especialmente em se tratando de uma posição no mercado de serviços financeiros onde há escassez de mulheres em posições de decisão.

Conviver com mulheres fortes e destemidas é um privilégio, e na minha vida sempre estive rodeado por elas. Quando entrei na empresa da qual hoje sou CEO, era com o propósito de fazer parte da ‘tripulação’, um título especial dado ao grande time de colaboradores da companhia. Nela, encontrei mulheres desbravadoras, de um mercado extremamente masculino, e que se tornaram referências no que diz respeito ao empoderamento de mulheres no mercado digital.

Mas quando paramos para avaliar e relembrar: quantas mulheres em Conselhos de Administração conhecemos? Talvez um dos poucos nomes, mas bem lembrados seria a de Luiz Helena Trajano. Isso mostra que há um longo caminho a ser trilhado, e o papel importante dos CEOs de companhias, da indústria, do varejo, e de tantos outros setores é de acelerar esta mudança.

De acordo com um levantamento realizado por uma empresa de consultoria californiana, nos conselhos de administração das empresas brasileiras, há apenas 14% de presença feminina. Já nos Estados Unidos, o índice é de 25% e nos países da União Europeia, 30%.

Em outro levantamento recente, desenvolvido entre Teva Indices e Easynvest, foi analisado quantitativamente a presença de todas as mulheres em conselhos de administração de empresas brasileiras em 2020. O estudo apontou que, as empresas com maior protagonismo feminino no board são Magalu, Santander, TIM, Natura e Telefônica.

Diante destes dados, muitos ainda tentam entender a importância econômica e social da Anitta no Conselho do Nubank. Pois bem! Diferentemente do que alguns pensam, ter a Anitta no Conselho Administrativo do Nubank, que já se diferencia no mercado por ter uma CEO mulher, Cristiana Junqueira, é uma estratégia assertiva do ponto de vista do negócio. Isso porque Anitta poderá contribuir com sua visão de mercado que a posicionou como uma das empresárias mais bem sucedidas do ramo do entretenimento no Brasil, com marca reconhecida internacionalmente. Anitta conhece bem de varejo, comportamento do consumidor e marketing, o que poderá alavancar ainda mais a popularização e democratização do Nubank (aliás, em declaração em suas redes sociais, o banco digital afirmou que a chegada de Anitta é estratégica para a continuidade do crescimento do banco e para oferta de produtos e serviços de impacto).

Anitta e Nubank tem mais em comum do que se pode imaginar à primeira vista. Ambos são inconformados e prontos para quebrar estereótipos pré-concebidos. Ela mostrou ao mundo que a dançarina e funkeira é capaz de figurar entre as maiores empresárias de entretenimento do país. Já o banco digital inaugurou um novo tempo para a prestação de serviços financeiros no Brasil, quebrando a hegemonia de um mercado extremamente tradicional. Ou seja, pode-se esperar ainda mais inovação por aí e um aumento do valor de mercado da startup, avaliado no início deste mês de junho de 2021 em US$ 30 bilhões.

A cadeira em que Anitta hoje ocupa é uma atitude de influenciar outras companhias a investirem na diversidade de seus conselhos.

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