Opinião

Por que temos que falar de mobilidade

As tendências no transporte de pessoas e produtos

Por André Turquetto
Publicado em 23 de novembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Parte considerável da economia global depende do transporte de produtos e das pessoas para girar. Segundo dados do Oliver Wyman Forum, até 2030, o mercado mundial de mobilidade vai crescer cerca de 75%, saindo de US$ 14,9 trilhões em 2017 para US$ 26,6 trilhões em 2030. É preciso conectar a ideia de mobilidade aos meios de transportes, mas também levar em conta aspectos como o planejamento urbano, a sustentabilidade, a tecnologia, a segurança e a saúde.

Nas rodovias, observamos demanda por novas soluções que impactam o fluxo de veículos de forma positiva. A passagem automática em pedágios foi um movimento contundente de mudança e que vem transformando o setor, à medida que as pessoas ganham tempo com o pagamento rápido, “invisível” e sem contato – adicional importante em tempos de preocupação com a saúde. Também ganha importância a adoção do sistema de pedágio free flow, em que a tarifa é cobrada proporcionalmente à distância percorrida, sem a necessidade de praças físicas. No Estado de São Paulo, há três projetos de free flow sendo testados: em Campinas, Jundiaí e Mogi Mirim. 

Já no perímetro urbano, as tendências são ainda mais abrangentes. As pessoas querem escolher mais de um modal para fazerem seus trajetos e precisamos pensar na experiência de Mobilidade como Serviço (MaaS) de forma modular. Em vez de cobrir toda a viagem de casa para o trabalho, o consumidor pode utilizar alternativas para pequenos trajetos, como ir de uma estação de metrô até um ponto de ônibus, por exemplo. 

É aqui que a MaaS pode ter mais capilaridade, com uma série de possibilidades com bicicletas, patinetes, scooters, novas rotas de transporte público, aplicativos de táxi e veículos compartilhados. Já existem apps que mostram o horário em que uma linha de ônibus vai passar em um determinado ponto, o que dá ao cidadão mais autonomia para se programar. A MaaS também vale para os carros, com soluções como a zona azul digital, vagas inteligentes, serviços de telemetria, assinaturas de veículos e todo ciclo de consumo de serviços relacionados ao carro, incluindo itens financeiros como seguros, pagamento de tributos, leasing, consórcio, compra e venda, documentação digital. 

Do ponto de vista de sustentabilidade, o carro elétrico também se mostra como tendência em ascensão, bem como a “não mobilidade”, por meio da adoção massiva do trabalho remoto, do ensino a distância, da telemedicina e do consumo de entretenimento via plataformas de streaming. 

O setor privado tem uma série de oportunidades de pensar em soluções para uma jornada de mobilidade personalizada, de forma multimodal, com base em preferências de tempo, preço, conveniência e privacidade e tornar a mobilidade um vetor do desenvolvimento urbano, social e econômico de forma genuína e sustentável. 

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