INDC? O que é?
Era uma vez um mundo que – apesar de ter tecnologia limpa – tinha como fonte majoritária de energia os combustíveis fósseis.
As pessoas sabiam dos resultados maléficos que a situação poderia causar, mas mesmo assim continuaram sem se preocupar: “A futura geração que se preocupe, eu só quero aproveitar”. Poucos gritavam ao vento sobre as consequências da irresponsabilidade de não alterar a principal fonte de energia, continuar utilizando petróleo, e, mesmo com provas científicas, não eram ouvidos.
Até que um dia a seca incomum tornou-se comum, enchentes varriam as cidades com maior frequência, furacões, tempestades, entre tantas outras catástrofes, assolavam as cidades, os campos. Então, por acaso, todas essas mudanças se parecem com a atualidade, não apenas brasileira, mas mundial. Os cientistas ambientais, que não tinham voz e eram pouco reconhecidos, passaram a ocupar um espaço de prestígio, afinal, suas teses se provaram certas, e seu auxílio provou-se necessário.
Observando o cenário mundial, alguns cientistas suecos passaram a se perguntar: quais serão as fronteiras que a humanidade não poderá ultrapassar se quiser sobreviver? Como conclusão chegaram as Fronteiras Planetárias: poluição química, mudança climática, acidificação dos oceanos, ciclo do nitrogênio, uso de água limpa, perda da biodiversidade.
E, nesse momento as negociações climáticas passaram a ser levadas a sério, afinal, o que a ciência previu está ocorrendo, e as populações sofredoras das mudanças estão exigindo explicações e atitudes dos governos. A contribuição brasileira foi lançada para o público no dia 17 de abril desse ano, e a primeira parte foi efetuada de maneira bem democrática: indivíduos, ONGs e empresas puderam responder a um questionário e escrever comentários extras se assim desejassem, além de consultas públicas com cada setor. Já a segunda fase de consultas também foi realizada por meio eletrônico e em reuniões presenciais, no ano passado. Em relação à questão do apoio a outros países em desenvolvimento foi dito que querem apoiar, mas não houve consenso entre as ONGs, os indivíduos e as empresas no que se refere ao caráter jurídico do apoio: alguns disseram que o Brasil deve assumir o compromisso de apoiar outros países, enquanto outros afirmam que somente se solicitado, e há ainda mais uma opção de discordância: consideram que deveria auxiliar voluntariamente quando houver recursos disponíveis.
Todavia, foi relembrado pelos participantes que o Brasil já desenvolve ações de troca, sem se utilizar necessariamente de dinheiro para isso, e sim em uma transferência de tecnologia e capacitação, como no caso do monitoramento florestal e troca de técnicas na agricultura, incluindo atividades com o grupo BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China).
Muitos investimentos estão sendo feitos no âmbito da sustentabilidade, tanto pelo governo brasileiro quanto por empresas, pois eles enxergam que os ventos estão mudando. A contribuição brasileira (INDC) ficará pronta em poucos dias, e nós, da população, precisamos ter certeza de que está de acordo com as necessidades não apenas do Brasil, mas do planeta em que moramos. Como diria Gandhi, “seja a mudança que você quer ver no mundo”.