Cuidar das contas da casa e criar seu orçamento pessoal nem sempre é fácil, já que é preciso encarar a questão de frente.
Sabia que 97% dos brasileiros têm dificuldade de lidar com as finanças e 49% não quer nem pensar no assunto para evitar o desconforto? É o que mostra uma pesquisa feita pelo Itaú Unibanco, em parceria com o Datafolha.
Mas para ter uma vida financeira mais saudável, é necessário reconhecer a questão do dinheiro como uma questão prática e racional. Assim, é possível se planejar e ter mais tranquilidade.
Por isso, hoje vamos te ensinar, passo a passo, como criar o seu orçamento pessoal e familiar, e ter mais organização financeira.
O que é um orçamento pessoal?
Começando pelo começo. O orçamento pessoal é uma ferramenta utilizada para controlar os ganhos e gastos pessoais – ou da família.
Ele pode ser feito em um caderno, uma planilha ou um aplicativo próprio para a função. Escolha o que mais fizer sentido para você. Você também pode testar uma maneira por alguns meses e, se não funcionar, teste outro modelo.
O importante é conseguir criar o hábito de anotar, todos os meses, as suas despesas:
- Gastos básicos com alimentação, moradia, educação, saúde
- Gastos não essenciais
- Impostos
- Empréstimos
- Financiamentos e outros.
E suas rendas:
- Salários;
- Aposentadoria;
- Aluguéis;
- Pensões;
- Rendimentos de investimentos.
Por que é importante ter um orçamento?
O principal objetivo do orçamento pessoal é enxergar para onde o seu dinheiro está indo e, com isso, conseguir tomar decisões melhores.
Muitas pessoas não sabem com o que gastam e, com isso, também não sabem onde economizar. O orçamento é a ferramenta para conhecer sua real situação financeira.
Com isso, você vai conseguir planejar sua vida, seus sonhos, projeto e não só viver um dia de cada vez, correndo riscos de endividamento.
O orçamento também ajuda a evitar imprevistos e ter mais controle caso uma emergência aconteça. Imagine que alguém da família perca o emprego. O orçamento familiar estaria comprometido, certo?
Mas sabendo quanto exatamente será perdido, é possível criar metas para economizar e destinar o dinheiro para os gastos realmente essenciais (vamos falar sobre isso logo mais).
Como criar seu orçamento pessoal?
Após definir qual o modelo de ferramenta que você vai utilizar, é hora de criar seu orçamento pessoal, na prática. Lembre-se que esse é um recurso que, para funcionar, precisa ser atualizado constantemente.
1. Anote seus ganhos e gastos
O primeiro passo é entender quais são, de fato, as suas despesas mensais e quanto você ganha por mês. Ao subtrair as despesas da renda total, você saberá que o dinheiro sobra ou não no fim do mês. Com isso, pode decidir seus próximos passos: se precisa economizar em alguma área da vida, se sobra dinheiro para investir, se é possível concluir algum sonho financeiro e por aí vai.
Mas, para que isso funcione, é preciso ter constância, ou seja, anotar todos os meses. Assim, você conseguirá entender o seu padrão de consumo e visualizar onde está gastando mais e planejar os próximos meses e até anos.
Suponha que você vai usar uma planilha no Excel:
- Na primeira coluna, coloque todas as suas fontes de receita e quanto ganha exatamente em cada uma delas.
- Na segunda, pegue o seu extrato bancário e a fatura do cartão de crédito e anote, literalmente, tudo que gastou no último mês. Desde o pagamento dos boletos, quanto os gastos com cafezinho.
- Subtraia as despesas das receitas (ganhos – gastos) e veja quanto sobrou ou faltou. A intenção é sempre deixar seu orçamento no superávit, ou seja, gaste sempre menos do que você recebe.
- Nos próximos meses, repita o processo. Assim, você sempre vai saber onde está gastando mais, o que pode cortar, estipular metas para economizar e investir.
2. Crie categorias
Nesta mesma planilha, agora faça o exercício de categorizar suas despesas. Por exemplo: gastos com supermercado, sacolão, padaria, restaurantes e delivery vão para a categoria Alimentação.
Crie outras como:
- Moradia: aluguel, financiamentos imobiliários, conta de luz, água, gás, condomínio, etc;
- Transporte: gastos com ônibus, combustível, táxi, aplicativos de transporte, estacionamento, entre outros;
- Educação: escola dos filhos, faculdade, cursos e outros.
- Saúde: planos de saúde, gastos com médicos, tratamentos, medicamentos.
Ao criar essas classificações, você tem um cenário mais claro em relação ao destino do seu dinheiro.
Despesas essenciais e não essenciais
Outra ótima maneira de classificar suas despesas é julgar se elas são essenciais ou não essenciais para a sua vida. Por ‘essenciais’ queremos dizer aquelas despesas que você depende para sobreviver e ter uma vida digna, como moradia, alimentação e saúde, por exemplo.
Veja o que é indispensável para você, já que isso sempre será diferente de outras pessoas. Você pode considerar o plano de saúde essencial, por exemplo, enquanto outros não se importariam em usar o sistema público de saúde.
Essa classificação é muito importante para o momento de cortar ou alocar despesas. Os especialistas indicam que você destine 50% da renda para despesas essenciais, 30% para não essenciais e 20% para investimentos e compromissos financeiros (como o pagamento de dívidas).
3. Defina prioridades e crie metas
Agora, é o momento de realocar seu dinheiro e economizar para o que realmente importa para você. Defina suas metas de curto, médio e longo prazo e comece a usar o seu dinheiro em favor disso.
Para facilitar, vamos dar algumas dicas sobre o que fazer com o dinheiro que sobrar, se for o caso.
- Comece pagando suas dívidas. Elas devem ser prioridade já que têm juros que aumentam o valor a cada dia que passa.
- Depois, economize para uma reserva de emergência. Esse valor corresponde aos seus gastos essenciais por 6 meses e deve ficar guardado para casos de necessidade.
- Antes de comprar um item não essencial, reflita: você realmente vai usar o produto? Existe alguma versão mais barata? Esse produto está dentro das suas metas estipuladas? Essas reflexões ajudam a evitar os gastos por impulso.
Por fim, com a vida financeira em dia, é hora de começar a diversificar seus investimentos e tentar ampliar os rendimentos. Gostou da ideia? Então, veja agora como começar a investir e perder o medo.