40% dos brasileiros na internet vivem um padrão de vida acima do que sua renda mensal permitiria, de acordo com um levantamento do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O modo de vida consumista, o bombardeio de anúncios e propagandas – sobretudo com o marketing digital e as mídias sociais –, a facilidade das compras online e a vontade de se encaixar em um status específico fazem com que muita gente perca a referência do que deveria ser seu padrão de vida.
Isso, somado às sucessivas crises financeiras que o país encara, acaba gerando um nível alto de endividamento na população. Afinal, se a pessoa gasta mais do que ganha para se enquadrar em um perfil, é básico: a conta não fecha.
Acha que também tem esse problema? Entenda agora como viver de acordo com o padrão de vida que a sua renda permite!
O padrão de vida é a forma como uma pessoa ou grupo social vive de acordo com sua renda e seus gastos ao longo do tempo. Dizemos que poder viver com dignidade e conforto é ter um padrão de vida mínimo.
Em geral, pessoas que têm alto poder aquisitivo (que ganham mais dinheiro) consomem produtos e serviços mais caros e mais luxuosos, o que significa que têm um padrão alto de vida.
Por outro lado, aquelas que ganham menos – como um salário-mínimo, por exemplo, conseguem ter um padrão de vida mais baixo, consumindo produtos mais simples e em menor quantidade.
Porém, o padrão de vida não é medido apenas por quanto aquela pessoa ou família recebe. Afinal, existem pessoas ricas que vivem uma vida mais minimalista, com baixo consumo e, portanto, têm um padrão de vida baixo.
E outras que ganham pouco, mas querem ostentar um padrão elevado que não condiz com sua realidade financeira (e é aí que está o maior perigo).
De acordo com a pesquisa do SPC Brasil, dentre as pessoas que vivem fora do seu padrão de vida ideal:
O estudo considerou se os entrevistados fecharam suas contas dos últimos seis meses no vermelho ou no azul, porém sem sobra de dinheiro, e descartou as pessoas que passaram por emergências financeiras pontuais – como perda de emprego, falecimento na família e problemas de saúde.
Também é interessante dizer que ‘padrão de vida’ é diferente de ‘qualidade de vida’. Qualidade pressupõe ter todas as necessidades básicas humanas atendidas – como saúde, bem-estar, educação, alimentação, moradia e segurança.
Mesmo com um padrão de vida baixo, é possível ter uma boa qualidade e o contrário também é verdadeiro.
Imagine uma pessoa que gasta pouco, mas vive em uma casa pequena em frente à praia, no litoral nordestino. Agora pense em outra que vive em São Paulo, tem um carro e apartamento de luxo, viaja em classe executiva, mas pega três horas de trânsito por dia e trabalha uma jornada de 12 horas diariamente, com estresse e pouco descanso.
Se você está com dificuldade de se enquadrar no padrão indicado para a sua renda, veja algumas dicas:
Para viver dentro do padrão e ter uma boa saúde financeira, é preciso considerar a renda real e líquida (descontados os impostos e taxas) da família e calcular o seu orçamento de acordo com esse patamar.
Veja como criar seu orçamento pessoal aqui.
Diante disso, é preciso se planejar para sobrar dinheiro no fim do mês, considerando uma porcentagem que será destinada aos investimentos.
Também é importante observar se você está recorrendo ao crédito para suprir despesas básicas: você usa muito o cartão de crédito? Fez mais de um empréstimo nos últimos anos? Entra frequentemente no cheque especial?
A mesma pesquisa que citamos sobre o perfil dos brasileiros quanto ao padrão de vida, mostrou que, entre as pessoas que vivem no perfil inadequado:
Por outro lado, porém:
Isso basicamente mostra que a maioria das pessoas pensam no consumo a curto prazo, com itens que suprem necessidades diárias ou até itens que não são essenciais à vida (como o caso da TV a cabo).
Se você quer viver dentro do padrão adequado e não ter problemas financeiros, comece a fazer investimentos que atendam às suas metas de curto, médio e longo prazo.
A comparação com outras pessoas que têm um poder de compra mais alto (ou fazem parecer que tem, pelas redes sociais) é muito perigosa. Ela faz com que você crie desejos que nem tinha antes e passe a almejar um padrão fora da sua realidade.
O capitalismo tem como premissa criar padrões inatingíveis para estimular o consumo desenfreado e é isso que pega muita gente.
Depois de seguir essas dicas, você provavelmente entenderá melhor o seu cenário financeiro e o quanto pode, de fato, gastar por mês.
Se você tem medo de fazer investimentos ou não sabe como, leia agora como começar a investir e veja que pode ser mais fácil do que você imagina!