Cadu Doné

Retrato fiel do título do Galo

Ano passado, eu e Caio Ducca debatemos muito sobre um projeto tratando do possível título do Galo. Chegamos a começar a escrever

Por Cadu Doné
Publicado em 01 de dezembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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A vida e seus mistérios. Para tentar unir a filosofia ao meu sustento – o jornalismo –, abdiquei em boa medida da minha vida social. Falhei miseravelmente em tudo, nas três instâncias. Será que me consolo com o culto ao fracasso que Cioran tem? Apesar de amar o romeno, a resposta para essa pergunta é não. Dentro dessa misantropia, desse pessimismo e da ausência de sucessos aventados, deixo de encontrar amigos que nasceram para ser meus amigos – claro, não para o bem deles, e sim para o meu. Um deles é o “Dan Dan Gallagher”. Outro é Caio Ducca. Não existe alguém com história tão fascinante em BH como o melhor pesquisador da história do Galo. E esse gênio menos reconhecido do que deveria, muito em breve vai lançar certamente o melhor livro acerca do Campeonato Brasileiro deste ano. Presente perfeito para qualquer torcedor alvinegro. 

Sincericídio 
Ano passado, eu e Caio debatemos muito sobre um projeto tratando do possível título do Galo. Chegamos a começar a escrever. Por certo medo do risco de o Atlético não faturar o Nacional, e por um defeito que não tinha quando jovem – até o condenava, de determinada maneira –, enrolei. Me tornei um procrastinador nato. Hoje escrevo coluna em cima da hora, e não somente por isso – ficaria ruim de qualquer maneira – ela ficará péssima. Desculpa, Caio. E, não sei por qual motivo, não nos encontramos como deveríamos. Perda grande e só minha. Quero reparar esse equívoco. Vamos ao “Café com Letras” ouvir um jazz. Você, sua respectiva, e eu segurando vela. 

Segredos 
O “Filme do Galo”, o filme do gênio Fred Melo Paiva, já entra na história: o crescimento do Flamengo na década de 80 esteve entranhado com diversos interesses. Entre eles, a participação de Walter Clark, na época um dos principais executivos da Globo. Acho interessante para os atleticanos – não somente – lerem a autobiografia dele. Mas tenho dúvidas sobre uma coisa grave: parece que há uma primeira edição em que o poderoso global, digamos, assume algumas coisas mais espinhosas. Caio Ducca sabe. 

No livro? 
Será que Caio Ducca falará algo sobre isso no seu espetacular livro? Mais um elemento para aguçarmos nossa curiosidade para a imperdível obra. E em Caio encontramos uma integridade de escritor: isso é também uma das minhas poucas qualidades; escrever a quatro mãos é realmente fazer juntos. Um pode fazer um pouco mais. Mas estávamos escrevendo juntos. Não tem Ghostwriter na minha coluna. Não tem chefe de comunicação do gabinete que escreve para mim. A ruindade é minha. Escorre sangue em mim. 

Política 
O verdadeiro PVC do Atlético é Caio Ducca. Do futebol em geral, talvez. Caio não escreve mal – e sozinho – e coloca nome de político para capitalizar. Na graduação da filosofia e do jornalismo, me exauri, tive esgotamentos mentais por conta disso. O que estou dizendo é algo análogo ao cenário descrito – mas, obviamente, pior, pelo engano ser profissional, e não adolescente, de alguém sem maturidade, que às vezes está na graduação sem querer. Leiam o livro de Caio Ducca. 

“Dan Dan” 
“Dan Dan” é o PVC do Oasis. Eu também. Ele ama o automobilismo. Detesta futebol. Vamos encontrar. Por favor. Odeio redes sociais.

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