Somos constantemente bombardeados por centenas de informações sobre como otimizar nossa saúde, melhorar performance, por vezes trazendo a sensação de que estamos constantemente inadequados. Claro que precisamos ser constantes em nossa busca pela saúde, mas será que em nenhum momento podemos nos acomodar?</CW><CW18>
Saúde, apesar de ser um assunto delicado, não costuma fugir muito de uma certa “receita de bolo”: comer bem, focando em alimentos naturais, dormir pelo menos 8h por noite, ser uma pessoa fisicamente ativa e evitar estresse, no geral nos preserva da maioria dos problemas. É claro que existem casos que exigem mais cuidado, mas comumente eles são provenientes de uma vida de negligência com ao menos algum destes aspectos.
Notem que acima só citei coisas que são de alguma forma palpáveis. Fora o estresse, tudo tem um elemento físico. E mesmo ele geralmente pode ser conectado a algo facilmente identificável.
Mas o que fazer quando o básico parece desafiador? Quando pensar em uma construção de rotina saudável parece um trabalho maior do que somos capazes de realizar? Talvez seja a hora de se preocupar com algo muito comentado, mas ao mesmo tempo, muito negligenciado, estou falando da saúde mental.
É necessário ter muito cuidado ao abordar esse tema, pois, por não ser palpável, pode parecer mais simples de resolver. Contudo saúde mental vai muito além do que você pensa. Ela é ao mesmo tempo a maior motivadora do autocuidado e a que mais sofre caso ele não exista. Na maioria dos casos, ela é a chave mestra do processo de construção de saúde.
Saúde não é a mesma para todo mundo. Isso não muda com a saúde mental. Não podemos imaginar que alguém que precisa trabalhar em dois empregos e ainda assim enfrenta instabilidade financeira conseguirá se aproximar da qualidade de saúde mental que alguém que trabalha em casa, em apenas um emprego consegue ter estabilidade.
Toda realidade tem seus desafios, mas é importante entender onde você está até para não gerar em si mesmo uma sensação de fracasso ao se perceber menos pleno que alguém do seu convívio social ou mesmo da internet.
Nos casos mais graves, e as vezes nem tanto, medicar costuma ser a primeira alternativa. Os antidepressivos têm se tornado cada vez mais comuns, mas se o problema real não é adereçado a situação não melhora e com o uso cada vez mais crônico, o desmame medicamentoso parece uma realidade distante.
Este uso crônico pode trazer problemas hepáticos, supressão da produção dos hormônios adrenais, o que gera uma tendência ao sobrepeso, os efeitos variam de acordo com o medicamento, mas a longo prazo todos trazem consequências perigosas.
Existem momentos nos quais a medicação pode ser um recurso bem-vindo, mas ela não pode ser a solução final.
Saúde está sempre cercada de atravessamentos que precisam ser considerados para que seja possível construir saúde verdadeira para todos.
Esta saúde verdadeira é o meu maior desejo para 2025.