Meira Souza

O papel da flexibilidade

Combate ao envelhecimento precoce

Por Dra Meira Souza
Publicado em 09 de março de 2024 | 07:00
 
 
 
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Precisamos aprender a nos dobrar. Não só dobrar, como esticar, flexibilizar. 

Ontem foi o Dia Internacional da Mulher, e me peguei pensando muito sobre o papel feminino na vida de todos. Como mulher, posso dizer que me encontro sempre em situações de multitarefas. Para o bem ou para o mal, essa também é uma condição que várias mulheres enfrentam. É necessário aprender a se dividir e ter uma rede de apoio, e mais do que urgente tornar a vida mais leve. 

Penso que a capacidade feminina de flexibilizar é muito subestimada no mundo em que vivemos, mas é crucial para uma vida – e até mesmo corpo – mais feliz. 

Força é muito importante. Quando pensamos em um corpo forte, muitas vezes imaginamos alguém extremamente saudável. Mas será essa a verdade completa? 

Alguém absolutamente “bombado”, por mais que possa parecer o retrato de um corpo “dos sonhos”, muitas vezes é alguém absolutamente encurtado. 

Em meu consultório, diversas vezes recebo pacientes com aspecto saudável, mas que apresentam dores absurdas. São essas pessoas também que subestimam muito a necessidade da flexibilidade. 

A extrema hipertrofia faz com que os discos da coluna desidratem, podendo ou não causar hérnias de disco, mas, de qualquer forma, o envelhecimento dessa coluna está sendo fortemente acelerado. 

Já notaram que, à medida que envelhecemos, vamos ficando cada vez menores? Não cuidar da flexibilidade é favorecer até mesmo essa redução de tamanho. 

Veja bem, ter força é necessário, mas equilíbrio é essencial. Músculos extremamente hipertrofiados estimulam os ossos em excesso e consequentemente geram artrose, por meio de uma “ossificação” anômala que pode apertar nervos e comprimir discos, o que gera muita dor. 

Dentro dos músculos temos ossos e, se eles estiverem estimulados a todo momento, principalmente se vierem acompanhados de uma falta de preparo, de alongamento, sem uma real organização ergonômica, isso é um prato cheio para a dor. 

Hipertrofia só deve ser feita em músculos que estão ergonomicamente corretos, pois conduzir uma ação por cima de algo que está anatomicamente inadequado é dificultar enormemente a resolução de um problema que, a princípio, era simples. 

Foque primariamente exercícios que trabalhem sua musculatura intrínseca. Essa musculatura é responsável por nos dar equilíbrio e muita saúde. Yoga e pilates são ótimos exemplos de atividades que trabalham tais exercícios. 

Mesmo que opte por trabalhar com carga e hipertrofia, estar com essa musculatura intrínseca bem trabalhada evitará muitas lesões. 

Na vida, em tudo, precisamos buscar o equilíbrio. Precisamos aprender a enxergar aquilo que não aparece. Precisamos valorizar o trabalho que nos sustenta mais do que aquele que é exibido para os outros. 

Esse conselho não se resume apenas ao corpo, mas pode ser aplicado em todas as áreas da vida. 

Trabalhe o essencial, valorize o equilíbrio. 

Instagram @institutomeirasouza

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