Precisamos aprender a nos dobrar. Não só dobrar, como esticar, flexibilizar.
Ontem foi o Dia Internacional da Mulher, e me peguei pensando muito sobre o papel feminino na vida de todos. Como mulher, posso dizer que me encontro sempre em situações de multitarefas. Para o bem ou para o mal, essa também é uma condição que várias mulheres enfrentam. É necessário aprender a se dividir e ter uma rede de apoio, e mais do que urgente tornar a vida mais leve.
Penso que a capacidade feminina de flexibilizar é muito subestimada no mundo em que vivemos, mas é crucial para uma vida – e até mesmo corpo – mais feliz.
Força é muito importante. Quando pensamos em um corpo forte, muitas vezes imaginamos alguém extremamente saudável. Mas será essa a verdade completa?
Alguém absolutamente “bombado”, por mais que possa parecer o retrato de um corpo “dos sonhos”, muitas vezes é alguém absolutamente encurtado.
Em meu consultório, diversas vezes recebo pacientes com aspecto saudável, mas que apresentam dores absurdas. São essas pessoas também que subestimam muito a necessidade da flexibilidade.
A extrema hipertrofia faz com que os discos da coluna desidratem, podendo ou não causar hérnias de disco, mas, de qualquer forma, o envelhecimento dessa coluna está sendo fortemente acelerado.
Já notaram que, à medida que envelhecemos, vamos ficando cada vez menores? Não cuidar da flexibilidade é favorecer até mesmo essa redução de tamanho.
Veja bem, ter força é necessário, mas equilíbrio é essencial. Músculos extremamente hipertrofiados estimulam os ossos em excesso e consequentemente geram artrose, por meio de uma “ossificação” anômala que pode apertar nervos e comprimir discos, o que gera muita dor.
Dentro dos músculos temos ossos e, se eles estiverem estimulados a todo momento, principalmente se vierem acompanhados de uma falta de preparo, de alongamento, sem uma real organização ergonômica, isso é um prato cheio para a dor.
Hipertrofia só deve ser feita em músculos que estão ergonomicamente corretos, pois conduzir uma ação por cima de algo que está anatomicamente inadequado é dificultar enormemente a resolução de um problema que, a princípio, era simples.
Foque primariamente exercícios que trabalhem sua musculatura intrínseca. Essa musculatura é responsável por nos dar equilíbrio e muita saúde. Yoga e pilates são ótimos exemplos de atividades que trabalham tais exercícios.
Mesmo que opte por trabalhar com carga e hipertrofia, estar com essa musculatura intrínseca bem trabalhada evitará muitas lesões.
Na vida, em tudo, precisamos buscar o equilíbrio. Precisamos aprender a enxergar aquilo que não aparece. Precisamos valorizar o trabalho que nos sustenta mais do que aquele que é exibido para os outros.
Esse conselho não se resume apenas ao corpo, mas pode ser aplicado em todas as áreas da vida.
Trabalhe o essencial, valorize o equilíbrio.