A proliferação dos golpes virtuais consiste em um problema central na segurança pública do Brasil. Criminosos se aproveitam da ingenuidade dos internautas e da ineficiência do Estado. Grandes facções já têm parte considerável dos seus ganhos advinda dos crimes cibernéticos.

As instituições de segurança devem se antecipar ao crime e levar ao cidadão o conhecimento e as ferramentas necessárias para prevenir as fraudes. 

Falta, antes de tudo, letramento digital. A internet vislumbra os desavisados e os torna presas fáceis do crime. Idosos e crianças estão entre os públicos preferidos dos bandidos. Mas as artimanhas, cada vez mais aprimoradas, são capazes de fisgar até quem tem amplo conhecimento sobre tecnologia. Isso, porque o fator emocional é amplamente usado para sensibilizar as vítimas, turvar sua percepção e aplicar o golpe. Entra nesse quadro o golpe do falso sequestro.

Instituições estatais e da sociedade civil vêm se empenhando no sentido de conscientizar a população. Essas iniciativas devem ser estimuladas. Um exemplo é a campanha lançada nesta semana pela Polícia Militar de Minas Gerais – “Se deu dúvida, é golpe!”. 

O Banco Central e bancos privados vêm tentando criar mecanismos de segurança para proteger os usuários, mas ainda não existe um sistema capaz de detectar de maneira precisa movimentações suspeitas em tempo real. Também há carências por parte das polícias no que se refere à inteligência para prevenir e investigar casos de estelionato virtual. A sensação de impotência se espalha pela sociedade, que, desestimulada, muitas vezes não registra sequer o boletim de ocorrência.

Para driblar os sistemas de segurança, por mais aprimorados que sejam, os criminosos buscam sempre o contato direto com a vítima. Assim, praticamente não deixam rastros. Bastam uma ligação e uma história convincente para que alguém transfira de maneira deliberada o dinheiro para a conta indicada pelo bandido. 
<CW-15>Mais uma vez, a educação se mostra como o antídoto para combater um problema nacional.