A união de esforços entre Prefeitura de Belo Horizonte e governo de Minas em prol do Carnaval é um ponto positivo. Mostra que o diálogo entre os entes federativos é capaz de trazer benefícios para a sociedade. Após disputa recente pela paternidade da folia na capital, os Executivos alinharam um acordo que vai ampliar as verbas em 252% para a edição deste ano da festa popular.
A folia já se consolidou como um patrimônio não só do município de BH, mas também do Estado, ao atrair turistas de todo o país e entrar no calendário carnavalesco nacional.
O retorno do investimento é comprovado a cada edição. No ano passado, a festa na capital mineira movimentou R$ 943 milhões, um aumento de 30% na comparação com o ano anterior, quando o valor movimentado havia sido de R$ 720 milhões. Pelo menos 79% dos foliões aprovaram o Carnaval da cidade e 93% pretendiam voltar no ano seguinte, de acordo com levantamento da Prefeitura de Belo Horizonte.
Para a manutenção desse status, conquistado ao longo de uma década, todos os agentes envolvidos no Carnaval devem garantir segurança, higiene e organização ao evento. A redução do registro de crimes vem sendo reportada nos últimos anos pela Polícia Militar, mas a vigilância deve ser aprimorada para elevar ao máximo a sensação de segurança. Banheiros químicos também nunca são demais.
A cooperação entre prefeitura e Estado é mais um trunfo de um Carnaval que nasce político e não se resume à festa em si. O objetivo da folia deve ser também de provocar o poder público, demonstrando a importância da participação ativa da população nos assuntos que tocam à cidade.
A aplicação dos recursos, claro, deve ser também monitorada pela sociedade e pelas instituições fiscalizadoras. Assim, o Carnaval contribui para o exercício da democracia representativa. Em torno da folia, é possível que pautas surjam e se desenvolvam – da mobilidade à segurança, passando pelo planejamento urbano, entre outros assuntos.