O suposto envolvimento de policiais militares com o crime, fato que veio à tona nesta semana, é gravíssimo e tem recebido resposta proporcional por parte da Corregedoria da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O caso lança luz sobre temas como a possível infiltração do crime organizado na segurança pública e as condições de trabalho dos agentes. 

Os cinco militares estão lotados no 66º Batalhão, em Betim e foram presos na quinta-feira. Eles são investigados por associação criminosa e corrupção passiva, pelos crimes de posse ilegal de arma e munições e tráfico de drogas. 

A resposta da própria polícia mineira está à altura da reputação que a corporação ostenta diante da população. A sociedade mineira reconhece a importância do trabalho da polícia. A manutenção dessa imagem depende exatamente da lisura dos atos de seus componentes. Daí a urgência de se averiguar e, se for o caso, punir exemplarmente os maus agentes. 

O fortalecimento das forças de segurança em todos os níveis se faz necessário no momento em que o crime organizado cresce em sua estrutura e tenta infiltração cada vez maior no Estado. Essa penetração se dá pelo acesso dos próprios membros das facções bem como por meio do aliciamento de agentes públicos.

No sentido do fortalecimento da governança, é boa a notícia de que a PMMG criou um núcleo de investigação criminal dentro da Corregedoria, voltado ao combate de desvios internos. 
A blindagem institucional das polícias também passa pela valorização salarial e capacitação técnica e ética dos seus agentes, assim como o cuidado com a integridade física e psíquica dos militares.

O caso que veio à tona nesta semana pode ser exemplar, desde que haja celeridade e transparência, resguardando o direito à ampla defesa, mas também reafirmando o compromisso das instituições com a ética e o interesse público.