A base da educação

A educação brasileira comemorou em 2020 sucessos significativos: o Fundeb, sob risco de extinção, foi aprovado e aperfeiçoado; os alunos do ensino fundamental das escolas públicas superaram a meta nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); e mais de 30 milhões de estudantes tiveram aulas remotas em meio à pandemia. E que ninguém se engane: por trás de cada uma dessas conquistas está o esforço pessoal de cada um dos 2,2 milhões de professores do ensino fundamental no Brasil.

Em mais de 120 mil instituições municipais da educação básica, são eles os responsáveis pelo fato de os jovens terem melhorado o desempenho em cálculos e leitura, apesar de apenas quatro em cada dez dessas escolas contarem com bibliotecas e salas de estudos para os alunos, segundo o censo da educação básica do Inep.

Por conta da tecnologia, nunca os professores estiveram tão presentes nas vidas das famílias. Todos os dias, eles entram nas casas por meio de aulas online ou transmitidas por televisão ou rádio, atividades para as quais a maioria deles nunca havia sido capacitada ou recebido recursos tecnológicos para executar. Mesmo dentro das instituições de ensino, somente uma em cada cinco possuem computadores portáteis para os estudantes.

Muitos lutam contra as próprias limitações. Três em cada 20 professores não completaram um curso de nível superior, e, quando possuem diploma, seus salários são, em média, 30% menores do que os de profissionais com mesmo nível de formação – o que é uma barreira de fato para os esforços na evolução da carreira.

Por isso, valorizar o professor é mais que homenagear o profissional a cada 15 de outubro; é, acima de tudo, um investimento na melhoria da educação e no futuro das crianças brasileiras.