Faz 30 anos hoje que um surto de liberdade foi violentamente abafado na praça da Paz Celestial

A paz chinesa

Faz 30 anos hoje que um surto de liberdade foi violentamente abafado, quando soldados atiraram sobre milhares de trabalhadores e estudantes que protestavam na praça da Paz Celestial, em Pequim, na China.


Publicado em 05 de junho de 2019 | 03:00
 
 
 
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Faz 30 anos hoje que um surto de liberdade foi violentamente abafado, quando soldados atiraram sobre milhares de trabalhadores e estudantes que protestavam na praça da Paz Celestial, em Pequim, na China.

Os jovens  reclamavam a democratização do regime comunista, que experimentava, depois da radicalização ideológica da Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, os primeiros anos da abertura econômica de Deng Xiaoping.

A burocracia do partido, no entanto, não entendeu assim e não quis pôr em risco o desenvolvimento nascente no país. A abertura econômica não levou à abertura política, mas abriu as portas do país para a prosperidade.

Em 40 anos, o partido tomou conta de tudo. Com um crescimento médio de 9,4% ao ano, a economia hoje é 37 vezes maior do que em 1978. A vida melhorou: 850 milhões de pessoas saíram da pobreza.

A maioria dos chineses não quer saber o que se passou. Para alguns sobreviventes, o progresso vertiginoso valeu a pena. O PIB per capita chinês é hoje um quarto daquele dos países ricos. É o paraíso do consumo.

O governo tomou conta inclusive das pessoas. A China hoje é o país mais vigiado do mundo. Tem o dobro de câmeras de vigilância que os Estados Unidos. Em 2022, haverá dois aparelhos  instalados para cada indivíduo.

Qualquer sinal de protesto é prontamente reprimido. O governo tem o controle das redes sociais. Com o reconhecimento facial e de voz, o país instaura, em 2019, o Estado imaginado por George Orwell em “1984”.

Sob o governo de Xi Jinping, qualquer possibilidade de defesa das liberdades civis é reprimida. O país não vê com bons olhos nem mesmo  defensores dos trabalhadores e membros de grupos de estudos de marxismo.

O massacre da praça da Paz Celestial ficou na história pela imagem de um jovem parando uma frota de tanques. No entanto, outros documentos surgem, revelando mais sobre aqueles dias de junho de 1989.

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