EDITORIAL

A vida vale a pena

Setembro amarelo é o nome da campanha que está sendo desenvolvida no país, neste mês, para prevenir os suicídios entre nós


Publicado em 22 de setembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Setembro amarelo é o nome da campanha que está sendo desenvolvida no país, neste mês, para prevenir os suicídios entre nós. Em 2016, houve o registro de mais de 11 mil casos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

A instituição está divulgando uma pesquisa a respeito do problema, considerado de saúde pública no Brasil. Oitocentas mil pessoas tiram a própria vida por ano no mundo. Aqui, no Brasil, são 31 pessoas por dia, 3,5 casos em Minas.

As autoridades brasileiras de saúde estimam que haja subnotificação dos registros, já que muitos casos de morte são classificados como de intenção indeterminada, não se sabendo se resultaram de acidentes ou suicídios.

Seja como for, têm consciência de que é preciso aprofundar os estudos a respeito, procurando determinar os fatores de risco. Um aspecto que se destaca é a violência contra a mulher, quando o homem a mata e se suicida.

Os homens são as vítimas principais do suicídio. É a terceira maior causa de óbitos. No Brasil, são 9,2 casos por 100 mil habitantes. As mulheres respondem por 2,4 casos. No entanto, elas atentam mais contra a própria vida sem consegui-lo.

As vítimas são, na maioria, jovens entre 15 e 29 anos. É a quarta maior causa de morte entre eles. A intoxicação por meio de venenos responde por 50% dos casos de autoextermínio no país, daí a necessidade de restringi-los.

Especialistas acreditam que o objetivo do suicida é não a morte, mas eliminar a dor – sobretudo moral – que os faz sofrer. Albert Camus, autor de “O Homem Revoltado”, considerava o suicídio o maior dos problemas filosóficos.

Esse sofrimento não tem uma causa objetiva, embora o suicida possa ter um motivo, como o desemprego. Mas, na maioria das vezes, a causa é inconsciente. A depressão é real quando acaba o desejo de estar no mundo.

Como escreveu o poeta, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. A vida tem sentido quando existe um propósito. No entanto, só o indivíduo, em sua solidão, pode encontrá-lo, embora os outros possam ajudá-lo.

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