EDITORIAL

A volta por cima

A Petrobras voltou a ser a empresa mais valiosa do Brasil e da América Latina. Sob o impulso do petróleo, depois de quatro dias de forte valorização de suas ações, a estatal alcançou R$ 359 bilhões de valor de mercado


Publicado em 30 de setembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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A Petrobras voltou a ser a empresa mais valiosa do Brasil e da América Latina. Sob o impulso do petróleo, depois de quatro dias de forte valorização de suas ações, a estatal alcançou R$ 359 bilhões de valor de mercado. 

Trata-se de uma recuperação fantástica para uma empresa que, há quatro anos, esteve no centro de um furacão, passando a ser investigada no maior escândalo de corrupção já vivido pelo país, deflagrado pela operação Lava Jato.

Ao mesmo tempo, a empresa deu solução a pendências com o governo e investidores norte-americanos, que a processavam na Justiça considerando-a responsável pelas perdas que tiveram em seus investimentos nela.

A estatal acertou que vai pagar R$ 3,4 bilhões para encerrar as investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Provou que foi vítima e não autora dos delitos, e que as pessoas responsáveis foram afastadas.

Multada por comissão do mercado de ações norte-americano, a Petrobras ainda vai descontar R$ 3,8 bilhões do pagamento de R$ 10 bilhões feito a investidores para encerrar uma ação coletiva na bolsa de Nova York.

Os acordos são uma indicação de que a estatal se colocou novamente na trilha da boa governança. Nos EUA, a corrupção é investigada onde ela ocorra e os acordos afastam a possibilidade de outras ações criminais.

O custo foi alto, em comparação com os R$ 2,5 bilhões recuperados da corrupção. O petróleo está em alta no mercado internacional e na sexta-feira a estatal foi uma das seis petroleiras vitoriosas no último leilão do pré-sal.

O governo arrecadou R$ 6,8 bilhões com a venda de quatro áreas que vão gerar royalties de R$ 235 bilhões em 35 anos. A estatal foi uma das vencedoras, agora sem a obrigação de participar da exploração das outras áreas.

No entanto, a Petrobras precisa se livrar dos privilégios de mercado que o monopólio lhe concedem, empanando a sua eficiência. Seja como for, é uma organização que, mais agora, dá orgulho aos brasileiros.

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