A perspectiva de um corte de R$ 393 milhões na compra e distribuição de vacinas no próximo ano gera preocupação, ainda que o Ministério da Saúde garanta que não faltará recurso para a imunização dos brasileiros, uma vez que estão previstos R$ 4,9 bilhões para o setor. Contudo, esse recurso já é 7% menor do que o previsto no último Orçamento.
O envio da medida ao Congresso, como parte da lei orçamentária, ocorre no mesmo período em que 16 Estados – Minas Gerais entre eles – enfrentam um surto ativo de sarampo. Já são mais de 3.300 casos confirmados e 24 mil suspeitos em 90 dias. Só no início do mês, o número de infectados cresceu 18% em relação ao boletim anterior do ministério.
O país também demanda todos os meses 800 mil doses da vacina pentavalente (para prevenir difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza tipo B). Um medicamento que, por ser imunobiológico, não tem disponibilidade imediata, como é o caso dos produtos sintéticos, e que, devido a problemas com o fornecedor, chegou a faltar entre julho e o início deste mês.
Além disso, pela ação de tratamento e pela universalização da vacina BCG, oferecida nos postos do Sistema Único de Saúde para recém-nascidos e crianças de até 4 anos, o Brasil lidera os esforços mundiais no combate à tuberculose. Contudo, no início deste ano, contudo, 12 Estados relataram ter ficado pelo menos um mês sem receber a quantidade total de doses prevista pelo SUS devido a questões burocráticas na análise de qualidade e segurança por laboratórios.
Uma conquista da sociedade brasileira, o programa nacional de imunização gratuito e universal deve ser protegido, principalmente neste momento em que o ressurgimento de doenças o torna ainda mais necessário.