Editorial

Carlos Prates e o bem comum

Os opositores da proposta defendem a viabilidade do aeroporto e que não há outro lugar na capital que possa absorver a operação do aeródromo

Por O Tempo
Publicado em 18 de julho de 2023 | 07:00
 
 
 
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A proposta de construção de um novo bairro no terreno onde funcionava o aeroporto do Carlos Prates começa cercada por impasses. Se esse vai ser mais um dos eternos imbróglios de Belo Horizonte ou não vai depender do comprometimento da Prefeitura de Belo Horizonte, dos órgãos fiscalizadores e demais envolvidos no projeto.

A prefeitura apresentou ontem os detalhes do megaempreendimento. São 4.500 moradias, além de escolas, UPAs e comércio. A ideia é que parte das unidades residenciais seja destinada a pessoas de baixa renda, em parceria com programas habitacionais do governo federal. 

O plano do Executivo atenderia os anseios de uma cidade que, como todo o país, sofre com a mazela do déficit habitacional. O número de famílias sem casa na capital mineira subiu de 50 mil para 56 mil entre 2016 e 2022, segundo levantamento da Fundação João Pinheiro com dados do IBGE. Vastos estudos mostram que a situação só piorou com a pandemia. 

Os opositores da proposta da prefeitura argumentam que ainda há viabilidade para funcionamento do aeroporto e que não há outro lugar na capital que possa absorver a operação do aeródromo. Moradores das proximidades do terreno e vereadores se manifestaram contra o fim do aeroporto ainda ontem. 

Por outro lado, o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), foi categórico, em entrevista à FM O TEMPO 91,7, ao afirmar que “o aeroporto foi descredenciado” e agora passa a se falar em um “novo bairro”.

O início das obras depende ainda da transferência do terreno da União para a PBH. O município tem até agosto para fazer a desocupação completa do local, e, depois, o governo federal deve verificar se o lote foi corretamente esvaziado. 

A substituição do aeroporto pelo megacondomínio é um processo complexo que vai demandar muito debate e análise técnica. Uma obra de grande proporção deve ser avaliada com cautela quanto aos seus impactos positivos e eventuais efeitos negativos na vida da comunidade do entorno. O primordial é ouvir a população. Sempre há espaço para ceder a favor do bem comum. 

 

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